Quinta do Penedo 2005 (Dão)

Um regresso aos vinhos das Caves Messias. Nos anais, nos arquivos históricos deste blog existem notas de prova sobre os Quinta do Valdoeiro. Vinhos da Moderna Bairrada. Potentes, robustos, extraídos. Vinhos que impressionam pelo estilo, pela forma como se apresentam. Com muitos adeptos.
Com o Quinta do Penedo (tn), apesar de vermos que existe um toque da modernidade, mostra um perfil diferente dos outros. Mais afinado, elegante. Esta quinta possui uma área de 20 hectares, situada na Aldeia de Carvalho, concelho de Mangualde. A vinha remonta ao ano de 1930.
Um Dão com complexidade. Um vinho que tentou guardar religiosamente os seus segredos. Só a custo é que os revelou. Olhava-se para o copo, percebia-se a profundidade que possuía. A própria cor avisava-nos que teríamos alguma dificuldade na interpretação do vinho. Não seria tarefa fácil. Não poderíamos estar ausentes. Todo o espectro aromático tinha a mesma matriz, a mesma linha. A melhor fotografia que vos poderei oferecer teria como cenário principal a floresta, a velha floresta. Escura, densa, húmida. Coberta de fetos verdes, com pequenos ragos de luz penetrando por entre as copas das árvores. Labiríntica. Os cheiros da terra penetravam, enchendo os pulmões. Um balsamo revitalizante para a carne do corpo, para uma carcaça cansada, suja da vida que leva. Flores aqui, bergamota ali, cogumelos acolá surgiam ao longo da caminhada. Enriqueciam, perfumavam o cenário. Na boca cheio, gordo, composto e equilibrado. Ia, tranquilamente, preenchendo a cavidade bucal sem precisar de taninos brutos, espigados. Longe dos alaridos, sem estrondos, primando pela elegância. Frescura balsâmica. Indicou (a mim) que terá um longo e belo futuro pela frente. Assim espero, assim desejo, assim quero. Pareceu-me que estava a dar os primeiros passos. Nota Pessoal: 16,5

Post Scriptum: Com uns escandalosos 12,5% de graduação alcoólica. Não pode! A moda não seria apresentar mais de 14%?

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