Ainda existem! (Parte II)

É mais um que anda pelos cantos, aos caídos. Até a critica esqueceu-se dele.
No passado, caminhou pelas passareles, teve inúmeras luzes apontadas. Pertence ao grupo de vinhos que marcaram o nosso passado. Quando se falava no Dão, o Duque de Viseu era lembrando por todos. Não fugi à regra. Recordo com alguma saudade os brancos, principalmente as colheitas de 1999, 2000 e 2001. Depois, surgiram as coqueluches e lá fui atrás. Caramba, um tipo não aguenta!
A última vez que troquei dois dedos de conversa com o Duque, fiquei francamente admirado com a desenvoltura que revelou.

Na colheita 2005, os aromas possuem um aspecto delicada (ou frágil?). Os cheiros, na fase inicial, pareciam ter um leve toque petrolado. As passadas permitiram que notas de mimosa e de anis se envolvessem, um pouco, com a calda de fruta. Uma pequena ponta mineral prendia a narina ao copo. Sem exuberâncias desmedidas. Provavelmente não teria muito mais para dar.
Na boca, ele afinava pela mesma pauta dos aromas, com uma estrutura algures entre o magro e mediano. Razoável nível de frescura. Ia-se embora, deixando qualquer coisa que lembrava ananás, lima e mel.
Já me esquecia. A madeira dava, de vez em quando, ares da sua graça. Nada de extraordinário.

Não tendo argumentos de peso, acabei por valorizar o esforço que mostrou, mas as rugas não perdoam. Nota Pessoal: 13,5

Post Scriptum: Pareceu-me estar uns valentes furos abaixo da colheita de 2004. É pena. Agora, é certamente mais um. Quem o viu!

Comentários

João Barbosa disse…
Um 2005 do Dão já com rugas? bem... é caso para dizer «mau maria».

abraço
Pingas no Copo disse…
Eu usaria a expressão: "Quem te viu e quem te vê!"

João a ideia das "rugas" era apenas para ilustrar a ideia que este Duque de Viseu parece ter adormecido debaixo de uma época que não existe mais. Por lá ficou...

Abração