Châteauneuf-du-Pape 2000

Continuamos com vinhos daquela noite, com os copos alinhados à frente da vista e com as garrafas colocadas num sítio qualquer. Depois do vinho do Drácula, trago para a liça um vinho francês. Um Châteauneuf-du-Pape de 2000. Assim à queima, o nome da Região de Origem ainda meteu respeito, mas quando vasculhámos, um pouco mais, o rótulo percebemos que não havia grande história para contar. Um vinho mis en boteille par Baptiste Carmagnac. Dei voltas e mais voltas, mas não consegui perceber quem é ou o que é.
Por desconhecimento de causa, acabou para facilitar a desilusão. Um mal (bem) menor. É um daqueles que se pode dizer mal (à vontade).

Saltou para o nariz agarrado a uma carrada de sensações aborrachas. Um bafo forte a queimado, a pneu, a alcatrão. Veio à cabeça a imagem do cheiro que a estrada liberta (quando o calor aperta). Dissipados os aromas iniciais, surgiram um conjunto de cheiros (um nadinha) mais interessantes. Adocicou um pouco, suavizou com uma pequena mão de rebuçados de frutas, um punhado de caramelo e pouco mais. Tudo demasiado ligeiro e parco em sensações e emoções.
Os sabores revelaram-se, também, estranhos e quase ausentes. Uma coisa aqui, outra além. Desgarrado, solto e fraco na substância. Safou-se, apesar de tudo, quando foi confrontado com a gordura (da comida).
Apesar de acreditar na boa vontade de quem colocou este tinto em cima da mesa, não deixou nenhumas saudades. Nota Pessoal: 12

Post Scriptum: Ficam a faltar seis vinhos. Este e o Romeno tiveram a felicidade de ficar nos lugares do fundo da tabela.
O outro que vem a seguir foi a fava da noite. Consequência de ter sido provado às cegas. Um vinho cheio de nome, vendido a preços de outro Mundo, que não deslumbrou ninguém.

Comentários

Anónimo disse…
Caro Pingus,

É um vinho de "negotiant"...o rapaz compra o vinho (ou as uvas, neste caso cheira-me que comprou o vinho) e engarrafa...normalmente a qualidade sofre um revés!!!

Abraço
Pedro Guimaraes
Anónimo disse…
E provavelmente terá sido uma má relação preço/qualidade. Pessoalmente, já arrisquei em vinhos franceses (a preço a rondar os 20€) e a experiência não foi muito interessante.
Anónimo disse…
pois, só os que têm guito é que conseguem os xatou verdadeiros. Pobre é pobre.