Vou, durante alguns minutos (espero que sejam breves), entrar na moda, falar, ou não, não sei ao certo, de coisas
que são sinónimo de actualidade (mesmo que sejam, porventura, temas do passado).



Mas antes de voltar ao habitual, deixem-me contribuir, só um pouco. São apenas dois vinhos. Brancos (do Dão) e oriundos dos finais dos anos oitenta.
Porta de Cavaleiros 1987 saiu da garrafa, mostrando vida. Vinha limpo, sem cheiros impróprios. Inicialmente envernizado. Depois, e sem aviso prévio, muda para um inesperado aroma frutado, com o alperce, o pêssego, o damasco, a laranja a surgirem (de forma impositiva) na fr

Com o Casa da Ínsua 1988 (engarrafado pela José Maria da Fonseca) a relação, entre mim e ele, foi diferente. Este vinha mais gordo, mais glicéreo. Frutos secos, pão torrado. Depois, e durante um tempo que não fui capaz de contar, fui sentindo uma leve impressão doce que orientava os meus sentidos para o leite creme. Caramba! Senti-me perturbado com aquele cheiro. Virei a cabeça procurando por aquilo. Nada. Voltei a encostar-me na cadeira e continuei.
Olhando para trás, abrindo que está guardado cá dentro, relembro os extintos anos. Foram loucos, vividos com intensidade. As namoradas, o futebol, as discussões estéreis. Um sem número de peripécias que recordo com um sorriso.
Post Scriptum: Cada botelha custou 2€. Foram dois tiros de sorte. Enorme sorte.
6 comentários:
Caro Pingus. Tenho um Insua de 1955, optima colheita, ou não fosse o ano que nasci. Não pensava provar porque seguramente deve estar "passado", mas depois de ler a tua analise sobre o 88 estou com curiosidade.AJS
Estimado AJS, falas de um vinho branco?
Sabes que provar um vinho com idade o risco que corremos é muito elevado. Depois existem enormes diferenças de garrafa para garrafa.
O problema é mesmo esse o vinho é branco. AJS
Caro Pingus,
Apesar de eu não ter grande afinidade com pontos...porquê não pontuares os vinhos?
Um abraço,
Pedro Guimaraes
Pedro, por não ter pontos de referência, porque não consegui. Achei que atribuir pontos seria um acto artificial.
Não é a primeira vez que tenho este comportamento perante vinhos com alguma idade.
Vinhos Velhos são para desfrutar, relembrar a história.
Um abraço
Tive o prazer de provar tb estes dois brancos.
De facto bastante interessantes.
Agradou-me particularmente o segundo. Concordo com a opinião do Pingus, acrescentaria apenas que foi um vinho que se apresentou com um belo corpo e muito boa acidez.
Foi um "tiro" de sorte mas próprio de Enófilo atento, que sabe o que gosta e que não anda ao sabor de "marés"...um Duro Arqueólogo :))
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