Quinta do Portal


Numa tarde chuvosa, enfiaram-me no meio da Quinta do Portal. Uma longa e profícua tarefa. O objecto era descascar até ao tutano os vinhos de Paulo Coutinho.



Por entre amostras, experiências (destacou-se o Cabernet Sauvignon), produtos engarrafados e outros já esquecidos, ficaram retidas algumas coisas. Não irei cansar-vos com notas extensas, com longos exames. De qualquer modo, irei partilhar com vocês algumas perólas. Vinhos que merecem ficar registados no Pingas no Copo.
Começo com um inusitado Quinta do Portal Branco 2000. Com uma cor cintilante, fresco em aromas e sabores. Fui incapaz de enquadrar seu o ano de nascimento. Como se não bastasse, baralhou-me, deu a ideia que tinha tido contacto com a barrica. Coisas de mancebo.
Outro que ficou retido na lembrança foi o Grande Reserva de 2006. Um tinto com bom recorte, alicerçado numa forte componente vegetal. Calmo e aparentemente bem vestido.
O Auru de 2007 é um vinho superlativo. Gordo, dos nossos dias, expansivo. Pertence ao lote dos vinhos modernos que o Douro tem vindo a produzir.



A coqueluche do momento será, provavelmente, a Colheita Tardia da Colheita de 2007. Vendida a um preço aceitável, quiçá anormalmente baixo. Agradável, com vivacidade. A doçura pareceu-me não incorrer em excessos. Para beber despreocupadamente.
Na secção dos generosos, a atenção caiu sobre o Moscatel de 1996 e o Porto 30 anos. Complexos e bem aparados pela frescura. Vinhos que merecem ser bebidos com atenção e respeito. Guardar, apenas, se tivermos o stock recheado.



A actividade foi encerrada, já a noite ia longa, com um Quinta do Portal Touriga Franca 2001, servida em magnum. Acompanhou a assembleia luso-francófona sem qualquer timidez. Terá sido quem sabe, o vinho que mais marcou. Razões? Sei lá, talvez porque nunca tivesse bebido um Touriga Franca que enchesse as minhas medidas.

Comentários