Vinhos do Dão

Será, de certeza, o post mais promocional alguma vez escarrapachado neste Blog. Na verdade, o caminho feito pelo Pingas no Copo, resume-se à promoção de vinhos bem ou mal amados.
São seis vinhos do Dão. São seis vinhos do Dão que custam ao consumidor menos de catorze euros. São vinhos que andam longe das tribunas, caminham afastados das escolhas mais imediatas e que, apesar desse distanciamento, revelam ser capazes de proporcionar prazer, a baixo custo, oferecendo alguma diferenciação, algum carácter, alguma identidade.

Quinta de Nespereira Vineaticu 2007, Quinta do Escudial VV 2006, Quinta da Ponde Pedrinha VV 2007

Pedra Cancela Touriga Nacional 2008, Vinha de Reis Wine Note Touriga Nacional 2008
São outro olhar, outras maneiras de ver o vinho do Dão. Uns são vegetais, outros mais rústicos, outros mais clássicos, outros são simbióticos. Uns com madeira, outros sem. Ajudam-nos a compreender melhor o trabalho árduo que alguns jovens enólogos vão realizando, isoladamente, em algumas pequenas aldeias irredutíveis lusitanas, no meio de um vasto Império Romano acossado pela globalização. Foram provados, desculpem bebidos, e farão parte da minha garrafeira.

Comentários

JSP disse…
qual considerarias o mais clássico do lote?
Pingas no Copo disse…
Com todos os erros associados diria, mais ou menos isto:

Ponte Pedrinha: clássico, sedoso;
Escudial: vegetal, sem madeira;
Nespereira: vegetal, maduro, madeira, simbiótico;
Pedra Cancela: algum mineral,floral, silvestre;
Wine Note: simbiótico, com presença vegetal.
Antonio Madeira disse…
No verão tive a oportunidade de provar os Escudial tinto e VV 2007 assim como o branco de 2009.
Arrisco-me a dizer que o VV 2007 ainda esta melhor do que o 2006, muito bom mesmo.
O branco esta espectacular, complexo e mais tenso do que o da colheita anterior, ja que agora alem das VV leva encruzado.

Dos vinhos que mencionaste nunca não provei os Nespereira e Wine Note.

Ume bela descoberta do ultimo verão foram os vinhos do Monte Aljão. Ja provaste?
Pingas no Copo disse…
Olá António, foi já algum tempo que provei os vinhos do Monte Aljão e concorddo contigo quando dizes que foi/foram uma bela descoberta. Aliás, eles tinham um branco, não sei se continuaram a fazer, que parecia ter algum carácter e um pouco ao arrepio das modas.
Antonio Madeira disse…
Continuam a fazer, provei dois brancos quando la fui a adega, um de 2009 e outro de 2008, ambos em cubas, bem diferentes um do outro. Nos tintos em cubas provei Jaen, Tinta Roriz e TN, todos muito bons, principalmente o Tinta Roriz, até hoje o exemplar da casta que melhor me soube.

Nos vinhos engarrafados, fazem lotes. Prova o "Raro"2004, vais gostar. São vinhos de caracter, quase rusticos, que não levam quimicos, ja que estes jovens produtores são avessos a truques enologicos e manipulações quimicas, procuram vinhos puros.

Se os quiseres visitar a adega esta frente a Senhora dos Verdes em Cativelos. Este ano tiveram azar com os fogos, perderam grande percentagem das vinhas... Tempos dificeis, mas com coragem, trabalho e paixão, espero que consigam dar a volta.
Pingas no Copo disse…
Eu sei um pouco da história do Monte Aljão e do Sandro em particular. Sei que ele explorou, também, uma quinta perto de outra da minha família.
Também conheço a localização da adega e das vinhas, aliás haviam vinhas velhas de uva branca com mais de 70 anos.
Sobre os incêndios suspeitei que tivessem sido atingidos, pelo que contas, não era difícil de prever, aconteceu o inevitável. Mas o Sandro e a mulher, Patrícia, são rijos e duros e vão dar a volta por cima.
Tenho que ver esses brancos das colheitas de 2008 e 2009.

O azeite deles também não era mau.
Anónimo disse…
Caro Pingus,

Também sou um grande admirador do Dão e procuro estar sempre presente na Feira de Nelas onde acabo por descobrir sempre grandes “pomadas” a preços muito em conta. Dado que é um conhecedor da zona, provavelmente já conhece mas chamo-lhe atenção para os seguintes:
Monte Aljão Raro 2004
Caravalhão Torto Jaen Alfrocheiro 2005
Quinta da Espinhosa Reserva 2006
A Quinta dos Garnachos tem um varietal Encruzado e um outro de Touriga Nacional, ambos de 2008, a preços que rondam os 2.5 – 3.5 euros que são muito engraçados.
Nesta última edição da feira do dão, a Quinta de Espinhosa tinha exposto algumas reservas da década de 70 e 80! Infelizmente não estavam à prova, nem à venda. Senti-me como um miúdo numa loja de guloseimas, onde só pode ver… e não provar! Penso que estava ali algo sério e que merecia investigação.

Cumprimentos,
Luís Cameira
Emilio disse…
Caro Rui, num dos meus primeiros comentários no teu blog, eu diz que pensava DOC Dâo ser uma das maiores em RQP. E neste ultimo post comprova-se isto.

Abraços, amigo.
Pingas no Copo disse…
caro Luis Cameira, de facto conheço a Quinta dos Garnachos (Concelho de Gouveia), desconhecia, no entanto, que tinha um varietal Encruzado. Boas notícias, pois então.
Pingas no Copo disse…
Olá Emilio, como estás? É verdade o Dão começa a ter umas das melhores RQP de Portugal.

Abraços fortes
Anónimo disse…
boa noite! Ainda se pode encontrar o vinho wine note?
Pingas no Copo disse…
Julgo que no ECI deve haver ou em garrafeiras. Eu adquiri numa pequena loja em Seia.
jose disse…
Obrigado! Mas se houver ainda em Seia,se por acaso souber, desloco-me de proposito! Estou perto, VIseu! Adorei o vinho,quando o experimentei,mas já dei a volta a tudo e não encontro por aqui!E na net não há grandes referencias!
Abraço
brunno batista disse…
Alguem interessado em comprar uma garrafa de vinho Dão, 1980?... brunno@ihoax.org