Estou rendido, absolutamente siderado. Por cada trago, a dependência aumenta de forma exponencial. Sem qualquer dúvida, da minha parte, diria que os vinhos da Madeira matam homens, passam por eles, de forma altiva e afirmativa. São um puro exemplo de engenharia enológica, de manhas, de técnicas, usos e costumes aparentemente descabidos.
Os vinhos, esses estranhos, sofrem tormentos, verdadeiras amarguras enquanto são delineados e pensados na adega. Nenhum outro vinho, dito de forma ligeira e simplória, passará pelo mesmo sofrimento. Ficam, deste modo, preparados para a vida, para aguentar a inclemência do tempo. Surgem-nos, passados anos, como a pele esticada, brilhante, viçosa, sem qualquer ruga e sem qualquer sinal de decadência. Procurar cheiros e sabores é tarefa inútil e despropositada. Sem qualquer sentido. Resta-nos, apenas, assumir a nossa inveja mortal!
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Best,
Niklas