De outros tempos: Cartuxa 1988

Em tempo de ócio, que tudo e todos procuram o ligeiro, perder tempo com vinhos bancos de vetusta idade, pode parecer passatempo sem graça. Algo démodé. Puro sofrimento enófilo.
Deglutir vinhos com esta idade, em prova cega,  afastados do habitué, carregados de estímulos pouco imediatos, nada dados à velocidade em que se vive, por agora, pode sugerir próposito disparatado. O modo como se lê a peça tem que ser diferente, pausada, sem haver necessidade de qualquer comparação amputada de contexto. Há que, portanto, apreciar a obra, simplesmente pelo que ela foi, e ainda é.

Todo o aspirante a enófilo, que se preze, e que deseje secretamente subir ao reino dos eno-sabedores por forma a juntar-se ao eno-senado, os poucos lugares para cônsules e procônsules distutam-se arduamente, tem que forçosamente gastar algum do seu tempo na interpretação da nossa história.

Este Cartuxa é do tempo, da época, em que a nossa indústria de vinhos andava, ainda, meio atarantada. Agora, e passados mais ou menos 23 anos, temos um vinho, de cor cobreada, que larga passado na boca. Temos um vinho branco seco, frágil, é claro, mas abastado de muitas subtilezas.
Por certo, a prova deste vinho não será cousa que seja, agora, agradável a muitos, mas é, com toda a certeza, uma experiência que merece ser vivida.

Comentários

Tenho por aqui o 91 branco 1º Prémio, quando quiseres abrimos a ver que tal está :)
Pingus Vinicus disse…
Por mim, é já devia ter sido aberta :)
garganta seca disse…
Ola
o meu nome é Luis
deixa que te diga que o teu blog é muito interessante.
Eu comecei a pouco tempo a interessar me por vinho e a criar a minha garrafeira.

se quiseres e tiveres curiosidade passa no meu blog

http://garrafeiradogargantaseca.blogspot.com/