A diversidade do Dão ou a falta dela

No meio de nada, e porque não tinha muito a fazer, relembrei uma pequena conversa que tive, algures no Dão. Entre fait divers, falou-se de castas e de novas vinhas. Aludi que a Região do Dão aparentava estar presa a quatro castas tintas; Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen, com umas pitadas aqui e além de Rufete juntamente com outras (poucas) coisas. 


Salvaguardando, desde já, todos os eventuais lapsos que tal afirmação possa ter, tentei deslumbrar encepamentos que fugissem à quadratura (nas brancas o encruzado domina solitariamente), mas a procura não foi profícua. Meio punhado de vinhas velhas, e pouco mais.


Já agora, e antes que esqueça, onde estarão e quais serão as parcelas produtoras de vinho certificado mais antigas da região? Ou, olhando só para as recomendadas, onde está o alvarelhão, o bastardo, a baga?



A gradual eliminação da diversidade de espécies em comunhão com a falta de imaginação ao nível das (re)plantações, poderão, acho, tornar o vinho do Dão num produto previsível e normalizado. Estarei errado? A título de exemplo, consegue-se testemunhar maior criatividade nos loteamentos alentejanos. Curioso, não?

Comentários

valter costa disse…
E não é só no dão que estão a normalizar as castas. Quando quiserem voltar a fazer bem já não o vão fazer, visto que o dinheiro para a replantação já acabou. Porque razão é que tem de ser todos iguais?