Somontes

Réstias, ainda, dos dias felizes passados por entre o Mondego e a Serra. Diria, portanto, que é um encerrar, para já, de mais um capítulo.


A marca Somontes foi durante imensos anos a bandeira, o porta-estandarte da Casa da Passarela. Era, salvo qualquer desconhecimento, o produto mais afinado e mais visível do produtor. Depois entrou por caminhos enviesados, sem qualquer rumo, destino ou objectivo. Ia-se fazendo. Tal como todo o património arquitectónico, estava em acelerada decadência.


Surge, agora, com novos rótulos, mais clean e mais jovens, sem que tenha perdido aquela face menos polida, eventualmente mais rústica e quiçá mais dura. Enriqueceu. ainda, com o surgimento de brancos e rosés. Acresce-se, ainda, um facto importante e nada desprezível: os preços. Andam, mais coisa menos coisa, entre os dois euros e os cinco euros.


Posto isto, e sem mais delongas, digo-vos, em jeito de remate, que o branco, um Colheita de 2011, está viçoso, tem força, é incisivo e fresco. O tinto, um Reserva de 2008, parece ter sido objectivado para a comida de pendor mais regional, com mais porte e sustento. Vegetal e silvestre, pedregoso, de acidez elevada. Francamente curioso.

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