Casa de Saima: O Espumante Branco

Uma tarde, uma simples tarde igual a tantas outras, uma tarde em que nada havia para fazer, em que se estava coberto por uma sensação de far niente, em que apetece, apenas, beber um copo, trincar qualquer coisa. Qualquer coisa que nos encaminhe para pensamentos bem mais esperançosos.


Nada melhor que pegar num espumante, sacar-lhe a rolha, ouvir aquele som poc característico. Vê-lo tombar para o copo, observar a espuma, viva e fervilhante. Tudo bons presságios. E fica-se bem disposto. 


Mira-se para a cor esverdeada, limpa, viçosa e primaveril. Com vida, muita vida. Penetra por entre a boca, cheio, folgado, com vigor, com frescura. De estilo seco, bem seco e sóbrio. Sem adornos, sem rococós. Muito bairradino, muito português, muito nosso. Simplesmente Bruto, como se pretende, como deve ser. 


Finda a garrafa, está-se naturalmente diferente, mais alegre, menos acabrunhado, mais solto, mais sorridente. E sem receio de nada. 

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