Quinta da Pellada: A Adega

O que este bendito post vos trará de novo? Eventualmente nada. Serve, antes de mais, como acto de contrição público. Foi absurdo e autêntico disparate ter votado ao esquecimento os vinhos da Quinta da Pellada.









  
Penso que já o disse, mas volto a repetir mais uma vez: conheço a entrada, aquele portão. Foram muitas as vezes que andei ali perto, mas jamais tinha entrado nas catacumbas, onde pontifica a adega, espaço onde repousam, sem ninguém desconfiar, barricas e mais barricas carregadas de vinho, de ideias, de pensamentos sobre o que deve e pode ser o vinho e a vinha do Dão.




Diria, sem qualquer pejo, receio de exagero ou provincianismo exacerbado, que tais cascos são, antes de mais, baús carregados de tesouros.








Olha-se em redor, e todos eles, os tais ditos baús, dizem qualquer coisa, qualquer coisa que por vezes soa a enigmático, a indescritível. Outros, pelo contrário, soletram sílabas bem conhecidas, bem identificáveis.





Mas o que interessa, ou interessou, para um gajo, como eu, foi sentir o vibrar dos líquidos, dos vinhos, muitos deles (ainda) por lapidar. Mas que se lixe, mas que se lixe. Foi uma experiência, tal puto no meio da DisneyLand embasbacado ao olhar para tanta diversão. E elas eram (mesmo) muitas.

Comentários

O simples é belo! Que incrível conhecer de onde vem os grandes vinhos do Sr. Álvaro Castro. Fico aqui com água na boca ao mirar as barricas com grandes vinhos, muitos, ainda desconhecidos por este que vos escreve.
Abraços,
Flavio
Pedro Cruz Gomes disse…
Baga? Li bem? No Dão? Quero saber mais - só conheço a ligação à Bairrada. Dá-se bem? É de há muito o seu uso na região?
Pingus Vinicus disse…
Pedro, rezam as histórias que a Baga foi endémica no Dão, sendo eventualmente a casta mais plantada, principalmente nas vinhas encostadas na Serra da Estrela (Seia e Gouveia).

O Dão e a Bairrada sempre tiveram ligações. Os grandes garrafeiras das Beiras, dos anos 60 e 70, eram edificados com lotes provenientes destas duas regiões.

Actualmente, só o Álvaro Castro é que a utiliza com muita regularidade, sendo que nas vinhas velhas de outros produtores a haverá Baga, entrando nos blends.
L. disse…
é caso para dizer que são uns vinhos do c... a baga no dão de facto hoje não se vê tanto, mas era habitual. julgo que aparece no PAPE... tenho que abrir o 2007!