Julga-se que tudo está descoberto, mas não está. Existe sempre algo ou alguma coisa que não conhecemos, que não sabemos o que é. Que (nos) é desconhecido. Que mete medo, que (nos) cria calafrios. Descobrir, é simplesmente abrir uma porta para o que não se sabe, para o que não se vê. Depois, resta-nos, se quisermos, passar para além dessa porta, transpor a dúvida e não olhar para trás.
Ao fim de muitos anos, ao fim de uma vida inteira, ainda se descobre, ainda se fica admirado com o que se vê e que não estávamos à espera. Julgávamos que tínhamos tudo controlado com as nossas mãos.
Ficar parado, não ir à descoberta, não vasculhar a vida, não procurar um sentido para as coisas, é morrer bem antes do nosso tempo. É definhar em agonia.
É ficar, simplesmente, parado à espera do desenlace, daquele derradeiro dia. E mesmo assim, nesse dia, acreditem, iremos descobrir tanto. Mas depois será tarde. Ou não.
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