2000

Era o ano de tudo. Era o ano do fim, do principio, do apocalipse e do renascimento. Era tudo e foi nada. Alimentou as mais diversas teorias messiânicas, bem ao encontro das multidões desnorteadas. Foi, ainda, o ano em que muitos se apressavam a entrar nos trinta.


Foi, antes de acontecer, uma data longínqua, distante, que iria advir um dia. Algo que remotamente ainda estava bem longe. Agora, depois de acontecer, é também uma data longínqua e remota. Num ápice, e sem se dar conta, já passou. A única diferença é o tempo, que agora é contado de forma diferente: de forma decrescente e sem possibilidade de retorno. 


Foram, ao fim ao cabo, catorze anos normalíssimos, sem nada de extraordinário. A Terra, segunda consta, ainda roda em redor do Sol e o messias ainda não apareceu.

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