Esquecidos: Casas Altas Branco 2008

O vinho branco está indubitavelmente a ocupar um grande espaço nas minhas escolhas. Efectivamente interessam-me, muito mais, os vinhos brancos que os vinhos tintos. A possibilidade em encontrar algo que seja interessante é grande e, em muitos casos, surpreendente. Os tintos, por vezes, chateiam-me. 


Não sei se interessa para o caso, para o vosso ou para o meu, mas este vinho foi dado a beber, sem estar a ver o rótulo, sem saber de onde era, sem saber puto do que se tratava. As perguntas que foram sendo colocadas, à medida que ia engolindo os tragos, eram simples e directas: o que achas que é? de onde poderá vir? gostas ou não gostas? quantos anos terá? À primeira pergunta, respondi simplesmente não sei, após uma porrada de tentativas sem qualquer nexo ou sentido. À segunda questão, respinguei que não era vinho do Douro e muito menos do Sul, por causa da frescura e vigor que mostrava ter. Relativamente à terceira questão, retorqui com um claro e preciso gosto francamente. Perante a última questão e se a memória não me falha, julgo ter dito que seria qualquer coisa que andaria por dois mil e doze.


Revelado o rótulo, mostrada a precedência, a surpresa foi efectivamente enorme. Tratava-se de um vinho branco de dois mil e oito, com uma cor brilhante, cheia de vida, com uma juventude e complexidade estonteante e inusitada. Vivo, tenso, nervoso e com (enorme) carácter. Em jeito de remate, e sem qualquer cuidado no uso dos adjectivos, atrevo-me a dizer que é uma das grandes surpresas deste ano, principalmente por não estar à espera. 

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