O Çaloyo

Digo repetidas vezes que não tenho qualquer pejo em divulgar que estou emocionalmente ligado a determinados projectos de vinhos e a produtores. O factor emocional, a relação que estabeleço, ou não, influência e muito o meu olhar. Nunca o escamoteei. Pelo contrário. Julgo, até, que ganharíamos muito, se fossemos mais emotivos, mais desbragados de determinadas condutas politicamente correctas.


Sigo este vinho desde a primeira hora, fui vendo de perto o percurso que foi fazendo até agora. Pareceu-me, sempre, que teria um promissor futuro, que tinha tudo, como tem, para se tornar num vinho de culto, dada a personalidade bastante vincada que sempre revelou ter. Tudo apontava para termos aqui, e digo-o de forma despreocupada, um vinho para quem procura e quer algo que seja efectivamente diferente. Assumo que a carga afectiva que me liga ao vinho, ao produtor e ao enólogo, possam exacerbar alguns das minhas considerações, hiperbolizar ainda mais os adjectivos que esteja a utilizar. Pouco importa.


O que importa, para o caso, é que estamos perante um vinho ímpar, que merece ser conhecido, contextualizado, interpretado e fatalmente bebido, porque ele foi feito para isso mesmo. Mas que se desiludem aqueles que acham que estamos perante um vinho para todos e mais alguns. Não, não estamos. Felizmente.

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