Dão Nobre: Breve nota do Editor

Não é com satisfação que vou dizer o que vou dizer. Não é uma qualquer boca gratuita. O assunto andava a remoer-me o estômago e a úlcera não estava a aguentar. Ao contrário do que pode parecer, não sou cego, apesar de usar óculos, não sou obtuso, apesar de ser gordo, não sou yes man, apesar de gostar dos ingleses. E para mim não é tudo sumo, supra sumo ou essência de sumo. Seja aqui, além ou noutro qualquer lugar deste país. E que se desiludam aqueles que acham que o mal é só dos outros. Percebo que é muito mais seguro, projectarmos a imagem de um país que não existe. O País das Maravilhas.
Sobre os novíssimos Dão Nobre apraz dizer simplesmente que estava à espera de algo bem diferente. De algo desconcertante. De algo que me tirasse verdadeiramente do sério. De algo que valesse a pena apostar neles os valentes euros, não são poucos, que pedem. Que fossem, pelo menos, superlativos. Estonteantes. Que me deixassem sem palavras, sem adjectivos para usar.


Não entendo, também não tenho que entender, a quantidade de louvores que foram recebendo, como se fossem qualquer coisa irrepetível. São vinhos (muito) bons? Claro que são? Mas serão vinhos capazes de arrebatar uma pessoa? Aqui já tenho sérias dúvidas. Eu, assumo, fiquei meio desiludido. Fiquei até meio enfadado, a meia missa. Fiquei triste, pois estava à espera de mais. Expectativas a mais? Talvez, não sei.
E ao fechar a edição de hoje, aproveito para demonstrar alguma preocupação sobre o que a CVR do Dão  (não) anda ou (não) andará a fazer. Mas isso fica para outra oportunidade. O rei vai nu.

Comentários

cupido disse…
Por isso é que leio todas as tuas postagens. Nunca provei nenhum Nobre Dão, mas já provei vinhos muito aquém do esperado.
Grande abraço, Rui.
Pingas no Copo disse…
Obrigado Amândio. Mas a minha opinião tem um valor muito relativo :)
Grande Abraço!
Pedro Figueiredo disse…
Noblesse Oblige