Epá conheço isto!

Tenho que vos dizer que nunca fui daqueles gajos com enormes capacidades de prova, nem com especial apetência para escalpelizar um vinho, como se fosse um cirurgião especializado. E nos tempos que já lá vão, quando tinha a veleidade de caracterizar um vinho exaustivamente, a maior parte das coisas que dizia eram, na sua essência, sugestões emocionais, sem qualquer enquadramento com a realidade. Bom, era a minha realidade. Acreditava piamente que estava mesmo a sentir aquilo que estava a sentir. Eram, portanto, actos de enorme fé. Visões, estímulos, sensações. Imaginação e loucura juntas.

Está a ganhar dimensão, estatura à medida que o tempo vai passando. A complexizar-se cada vez mais, mantendo aquele registo que nos diz: não é para todos.
Mas aqui há dias, lá tive a sorte de adivinhar o que me enfiaram no copo. Tive o atrevimento, vejam lá a coisa, de dizer epá eu acho que conheço isto. O estilo pareceu-me, sei lá, inconfundível. Arrisquei o palpite. E aquilo que estava no copo era mesmo o que estava a pensar que era. Senti-me, como podem imaginar, um provador do caraças, capaz de rivalizar com os mais experientes da nossa praça. É de um tipo ficar inchado de orgulho.

Comentários

PHOTOWEEK disse…
Bom meu caro ainda bem que acertou!
Deixo aqui uma dica de amador:
Branco ou tinto as colheitas de 2016 suplantam largamente as de 2015 ou 14....
Mesmo nos vinhos do dia-a-dia é notória a diferença.
Experimentem e depois comparem..