O Vinho Verde e Dona Paterna Alvarinho

Ainda insistem com a dicotomia vinho verde vs vinho maduro. Ainda é recorrente ver em restaurantes ou ouvir as pessoas diferenciarem, de forma errónea, vinho verde de vinho maduro. Não existe vinho maduro e não existe vinho verde. Existem vinhos. Ponto. Acabem lá com isso.


A expressão vinho verde está relacionado, de forma genérica, com a utilização de uvas verdes, menos maduras, para fazer vinho. Geralmente vinhos feitos com uvas verdes estavam destinados aos lavradores, aos trabalhadores rurais. As melhores uvas, as mais maduras, estavam destinadas aos vinhos senhoriais, das classes mais ricas e abastadas. Basicamente podemos fazer vinho verde em qualquer zona do país. Depois também existe a convicção generalizada de que os vinhos verdes têm gás. Errado. Podem ter ou não ter como todos os outros vinhos.
Acabou-se, também, por chamar de verde ao vinho feito na região mais noroeste de Portugal, pelo facto desta zona ser exuberantemente verde, em comparação com o resto do país. Mas o que importa reforçar é que está errado distinguir vinho verde de vinho maduro. Há vinhos tintos e brancos da região dos Vinhos Verdes, do Douro, do Dão, da Bairrada e por aí fora. Simples.


Posto isto e ao coberto das tendências que todos temos, Dona Paterna é daqueles vinhos que me caíram no goto. Gosto do equilíbrio, da enorme frescura. Daquele lado viçoso que (me) apaixona. Aquele toque clássico que tem. Um vinho sénior, feito para a mesa, para a comida e que não cansa a beber. Depois, para os mais interessados, tem todos os predicados para amadurecer com a idade e ganhar mais complexidade. Um alvarinho incontornável.

Comentários

Novo visual? Ficou excelente! As belas fotos ganharam ainda mais destaque. E o texto, ótimo como sempre.
Abraços,
Flavio
Anónimo disse…
Parabéns pelo novo visual.
Saudações,
Vasco
Pingas no Copo disse…
Obrigado aos dois.
Um abraço.