Ouvir determinada coisa e ficar, logo, com os ouvidos inquinados impossibilita-nos, em muitos casos, tomar uma decisão equilibrada.
Nos vinhos, como sabem, somos apanhados por avalanches de comentários que, na maior parte das vezes, só servem para criar confusão e pouco contribuem para o esclarecimento. Sempre defendi e continuo a defender que o consumidor deve, depois de esclarecido, optar pelo que lhe interessa. O resto é pólvora seca. Serve para entreter as hostes. O consumidor tem que ter, cada vez mais, a coragem para contrariar, para dizer que não está de acordo. Não existem primas donas intocáveis. Existem vinhos que se gostam ou não (Quem paga a factura final?).
Nos vinhos, como sabem, somos apanhados por avalanches de comentários que, na maior parte das vezes, só servem para criar confusão e pouco contribuem para o esclarecimento. Sempre defendi e continuo a defender que o consumidor deve, depois de esclarecido, optar pelo que lhe interessa. O resto é pólvora seca. Serve para entreter as hostes. O consumidor tem que ter, cada vez mais, a coragem para contrariar, para dizer que não está de acordo. Não existem primas donas intocáveis. Existem vinhos que se gostam ou não (Quem paga a factura final?).
À conta dessa pólvora seca que existe, quantas vezes matamos um vinho à nascença, sem o termos provado? E quantas vezes o idolatramos, sem o termos provado?
O Vinha Grande br 2006 foi um vinho que matei à nascença (colheita 2005). Desta vez, não liguei a comentários e arrisquei.
A abertura do gargalo e o consequente verter para o copo libertou um saco de fruta madura proveniente dos trópicos. Viçosa, bem perfumada. Nunca enjoou. Foi aberto novo saco, e desta vez, com fruta de aspecto mais europeu. Bom encadeadamento, sem quebras. A frescura era suportada por uma impressão a erva (que marcou presença nos sabores).
A madeira utilizada tinha, apenas, o papel de aumentar a quantidade de aromas (e sabores) oferecidos. Sem exageros, sem pressões, sem protagonismos. Avelãs, baunilha, coco.
Pela boca, os sabores mostravam-se suculentos, crocantes, estaladiços. Uma vivacidade (o vegetal ajudou) que mereceu nota positiva (da minha parte). Era curiosa a sensação picante, algo mentolada. A acidez indicou alguma capacidade de evolução (o contra-rótulo informava o consumidor que a qualidade poderia manter-se durante seis anos após a data da colheita. Indicação arriscada. Se for verdade, estamos perante um vinho com excelentes qualidades). Voltando aos sabores, estes despediam-se com frutos secos e uma leve nota melada. Se desculparem os exageros, diria que temos aqui um branco. Nota Pessoal: 16
Post Scriptum: Confrontei-me com um vinho que merece ser melhor compreendido.
Não conheci a versão de 2005, mas esta, a de 2006, não foi nada desagradável. Pareceu-me ter capacidade para andar. Agora, é o vosso gosto a decidir. Dêem-lhe uma hipótese.
Não conheci a versão de 2005, mas esta, a de 2006, não foi nada desagradável. Pareceu-me ter capacidade para andar. Agora, é o vosso gosto a decidir. Dêem-lhe uma hipótese.
Comentários
Arrisquei com a colheita de 2006 e pessoalmente gostei.