Encontram-se ao nosso dispor nas prateleiras de uma superfície comercial conhecida por oferecer produtos baratuchos, sem pedigree, aos que não possuem bolsos carregados de euros.
Numa investida final antes de ir até à terra para comer a couve, o polvo e o borrego, passei pelo LIDL e tirei de lá dois vinhos chilenos (Viajero Gran Reserva). Um Chardonnay e um Carménère. Ambos de 2006. As garrafas mostravam cuidado e aprumo na forma que se ofereciam ao consumidor. Bonitas.
O branco (chardonnay) revelou uma face bonita, cristalina, límpida. Os aromas andaram perto da fruta em calda. Pêssego, ananás e alguns nacos de manga. A madeira, apesar de formar com a fruta um bloco com alguma coesão, pareceu-me ter demasiado protagonismo (Foi deixando a sua marca ao longo da refeição). Frutos secos, baunilha e coco acabaram por saber bem (Estamos no Inverno). Alguma lima e erva tentaram, sempre que possível, deixar um saudável rasgo de limpeza. Nada mau.
Os sabores encaixaram no mesmo registo dos cheiros. Fruta e madeira (com a esta a notar-se lá para a frente). Razoável nível de frescura. Final amendoado e baunilhado.
Pena o aparente excesso de madeira. Acredito que seja um pormenor (pessoal). Nota Pessoal: 14
O tinto (Carménère) encaixa no grupo onde se encontram aqueles vinhos a que não viramos a cara. Gulosos e redondos. Este criou empatia desde o início. Não sendo um exemplo de extraordinária complexidade, mostrou-me que não estava ali para envergonhar ninguém. Tinha objectivos (bem) definidos. Proporcionar prazer em qualquer altura.
Cacau, fruta, licores e tabaco marcaram os aromas e os sabores. Souberam bem e nunca chatearam. Acompanharam perfeitamente a tagarelice (com a família numa noite passada). Foi bebido literalmente até à última gota e mais não digo. Nota Pessoal: 15
O branco (chardonnay) revelou uma face bonita, cristalina, límpida. Os aromas andaram perto da fruta em calda. Pêssego, ananás e alguns nacos de manga. A madeira, apesar de formar com a fruta um bloco com alguma coesão, pareceu-me ter demasiado protagonismo (Foi deixando a sua marca ao longo da refeição). Frutos secos, baunilha e coco acabaram por saber bem (Estamos no Inverno). Alguma lima e erva tentaram, sempre que possível, deixar um saudável rasgo de limpeza. Nada mau.
Os sabores encaixaram no mesmo registo dos cheiros. Fruta e madeira (com a esta a notar-se lá para a frente). Razoável nível de frescura. Final amendoado e baunilhado.
Pena o aparente excesso de madeira. Acredito que seja um pormenor (pessoal). Nota Pessoal: 14
O tinto (Carménère) encaixa no grupo onde se encontram aqueles vinhos a que não viramos a cara. Gulosos e redondos. Este criou empatia desde o início. Não sendo um exemplo de extraordinária complexidade, mostrou-me que não estava ali para envergonhar ninguém. Tinha objectivos (bem) definidos. Proporcionar prazer em qualquer altura.
Cacau, fruta, licores e tabaco marcaram os aromas e os sabores. Souberam bem e nunca chatearam. Acompanharam perfeitamente a tagarelice (com a família numa noite passada). Foi bebido literalmente até à última gota e mais não digo. Nota Pessoal: 15
Caiu uma sensação de alivio. Tinha arriscado em vinhos (para alguns serão apenas coisas) que vieram do tal supermercado. Sou capaz de lá ir para trazer o Cabernet Sauvignon e o Pinot Noir&Syrah. Não é tarde, nem é cedo.
Post Scriptum: Lembram-se deste texto? As amarras do preconceito estão literalmente quebradas. Quero lá saber do que podem dizer por aí.
Post Post Scriptum: Gostava que, um dia, estes e outros vinhos fossem provados pelos críticos. Só para comparar com os que têm rótulo.
Post Post Scriptum: Gostava que, um dia, estes e outros vinhos fossem provados pelos críticos. Só para comparar com os que têm rótulo.
Comentários
Una brazo
Joan
Um abraço
Elvira um feliz ano novo para si.
Beijos
Eu nao tenho preconceito contra os vinhos dos "Low-Price", neste caso o Lidl...nestes vinhos o que me falta é a história, parecem-me vinhos incógnitos, orfaos. Fazem-me pensar que a única preocupacao é manter o preco baixo e, ainda mais preocupante, que agora o fazem com alguma qualidade (ou pelo menos com a aparente!!!). Em rsposta poderiamos sempre dizer que muitos vinhos do circuito "normal" só tem história, contada pelo produtor, pela crítica e sustentada por rótulo "in" e um preco abastado.
Se calhar este vinho do Lidl pode funcionar como uma luz contra a escuridao das "modas" ou do "estblishment".
Eu no entanto nao tenho ainda grande vontade (pica) para comprar estes vinhos....falta-me algo!!!
Abracos
Pedro Guimaraes
Mas às vezes lá dou uma investida até esses vinhos e fico, como tu dizes, preocupado com alguns casos. Vinhos que se bebem e que "só tem uma única diferença". "Não têm rótulos".
Mas continuo achar que seria interessante ler criticas "descomplexadas" dos críticos a "estes e a outros vinhos do género".
PS-Não queria de deixar passar uma passagem tua. Falas de vinhos "com história". Olhando para para muitos casos, a história não existe, o rótulo não diz nada e quanto custam? Uma pipa de massa.
Abração
Se calhar tens razao, devíamos esquecer os rótulos e as histórias e concentrarmo-nos no contéudo...mas tambem perdia-se um bocado da magia!!!! Eu nao escondo que me dá mais gozo comprar (somente o acto) um vinho de um produtor pequeno, com cara, do que um vinho de um "gigante" industrial...e dá-me também mais gosto abrir uma garrafa do primeiro em vez da outra. Claro que isto em nada atesta a qualidade de um vinho, mas para mim beber vinho é escolher, guardar, estudar e finalmente beber. Sem nao esquecer a discussao. Se retiramos estes "rituais" ao vinho, torna-se a meu ver menos interessante.
Abracos
Pedro Guimaraes
Pedro concordo contigo, nem mais nem menos. Também sou praticante do mesmo ritual. Gosto é, de vez em quando, provocar-me e "por duas vezes levei uma bofetada".
PS-A questão, independentemente do que habitualmente fazemos, é a democratização do acesso ao vinho. A possibilidade de se beber um bom vinho a baixo preço. Não é isso que muitos produtores portugueses andam à procura?
PS1-Estou a recordar-me do Los Vascos, do Koonunga Hill CS&Syrah. Surgem por todos os lados.
Abração
Abracos
Pedro Guimaraes
Um enorme abraço.
Visto dessa forma o vinho, para mim, é uma manifestacao puramente emocional...nao me revejo no "funcionalismo" do mesmo. Quanto á auto-expressao penso que ninguém consegue evita-la - numa mesa de amigos se nos for dada a tarefa de escolher o vinho é muitas vezes uma forma premeditada de nos auto-promovermos, ou tentarmos um "brilharete"....
Abraco
Pedro Guimaraes
Feliz Ano de 2008 para todos!
Um abraco e feliz ano novo
Pedro Guimaraes
Um bom ano de 2008 para todos vós.
Abraços
Bom ano para todos, e um grande abraço.
Afortunado seja, pois a matéria em análise e em discussão é deveras interessante.
Já estou fã.
Adicionei-o aos "meus favoritos" e vou espreitá-lo com assiduidade.
Também eu tenho lido e relido os rótulos dos vinhos do Lidl, mesmo os nacionais, e perante a singela informação de "produzido pelo fabricante europeu nº 123456" não me leva a arriscar o gasto superior a 1,5 Euros.
Daí esta troca de impressões despretenciosa ( havia tempo em que quem ia ao Lidl não era filho de boa familia )ser bastante informativa e animadora de voos mais modestos no preço, mas com qualidade apreciavel.
Não é o que se entende comumente por "boa relação qualidade preço" ?
Quanto aos criticos há muitos anos que os leio, e sempre acho que só apreciam e dão nota sobre vinhos acima dos 10 euros.
Não encontram por aí pechinchas dignas de dar a conhecer?
Já agora, regressando ao tema (lidl), já alguém bebeu o Almocreve , branco, de 90 centimos?
Em caso afirmativo qual a vossa opinião?
Boas degustações.
Um gourmet (de meia tijela)
Sobre o vinho que refere, não poderei ajudar porque nunca o provei.
Abraços.