Sou daqueles tipos que pouco, ou nada, sabe sobre o homem, segundo dizem, que mais influência o mercado dos vinhos a nível planetário. Nunca tomei devida atenção ao que ele diz, ao que ele escreve e ao que escolhe. É, simplesmente, um sujeito desconhecido que habita do outro lado do mundo. Como consumidor não influencia as minhas escolhas. Nunca comprei um vinho, baseado no que Mr. Parker setencia. Na verdade, e na maior parte das vezes, não conheço e não sei quais são os vinhos que ele prova e aprova. Para ser franco, e tirando a minha, dou pouco valor a listas, venham elas de onde vierem. Será mais fácil seguir o juízo do vizinho do lado.
Mas como individuo inconsequente, abastado de falhas e incongruências, não resisti ao chamariz que um vinho ostentava. No gargalo da garrafa denunciava orgulhosamente, ao comum dos mortais, 90 pontos Robert Parker. Mas o exostimo da coisa, não era a classificação em si, mas o lugar onde estava. Um supermercado destinado ao povo, às massas que procuram adquirir, a baixo preço, produtos essenciais. O facto, em si, não deixa de ser interessante, porque um consumidor típico destes sítios (LIDL) não comprará, decerto, um vinho baseado na classificação dada por um qualquer estranho, que vive sabe-se lá onde. Estou a imaginar a potencial cena entre a Dona Lurdinhas e o seu esposo a olharem, fazendo contas, para as prateleiras: Ó Quim, tens aqui um vinho com 90 pontos do Robert Parker!! O esposo, deligente, pega nele, destinado a ser companhia para a vianda no seu dia-a-dia...
Comentários
mas.. o que me levou a comentar não foi isso. é que, rm, pessoas não são caricaturas :)
PS-É que eu sou saudavelmente um nabo nessa coisa de conversão de escalas em vinhos, logo eu que ensino números aos putos. Que mau professor de Matemática. ;)
As questões que levantas sobre estilos são, e muito, questões que deviam ser discutidas.
Para ser franco, não estou preocupado quando vejo que aquilo que gosto não é que os outros gostam. Azar meu ou felicidade minha.
António, não é só contigo que se passa essa tal sensação de que não percebo nada de vinhos, porque não percebo mesmo, quando confrontado com alguns mitos. Deve ser do mau feitio, mas há muito que dobrei essa angústia. Viro as costas e sigo em frente.
Também eu já li algumas coisas sobre a tal prova cega que houve entre vinhos dos states e franceses. Parece que os tais franceses levaram uma sova boa.
Basicamente, um vinho tem que nos dar prazer, gozo, diversão, largar emoções.
Se calhar a Dona Lurdinhas temperou o estufadinho do almoço com o vinho dr Mr. Parker, às escondidas do Sr. Quim. Este vai ficar chateado...;)
Abraço