Uma das propriedades terapêuticas do vinho é a capacidade para relaxar. Relaxa o corpo e a cabeça. Ao relaxar, como todos sabemos, metade dos nossos problemas e dores desaparecem. É momentâneo, mas desaparecem.
Há muito tempo que não bebia um vinho da Quinta da Covela. As razões são múltiplas e sem grande fundamentação. Ou porque não me aparecem na prateleira ou porque, naquele dia, não estava para ali virado.
Se passou muito tempo, desde a última vez, que bebi um vinho deste produtor, creio que também foi a primeira vez que bebi um assim tão velho. Com aspas, porque a velhice é relativa.
Descontando a rolha, que me pareceu débil, o vinho estava bem composto. Gordo, cheio e bem seco. Alegremente maduro. Com sinais de evolução positiva, sem indícios de degradação. Capaz de aguentar mais tempo. Mas a rolha. A rolha.
A garrafa, essa, ficou vazia. Tinha sido um dia lixado e o vinho ajudou a amolecer as mazelas. Bem dito seja.
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