Pegões Colheita Seleccionada 2003

Um regresso à Cooperativa de Santo Isidro de Pegões e aos vinhos de Jaime Quendera (estou a precisar de tempo para provar/beber o resto da colecção de varietais). Passo quase todos os dias, bem perto da COOP. Atravesso diariamente a estrada que vai desde o Montijo até Vendas Novas. Obrigações profissionais! Percorro uma paisagem que tenta apresentar um compromisso entre a difusa Estremadura e as vizinhas regiões do Ribatejo e Alentejo. Estas com mais personalidade, bem mais esclarecidas nas suas tradições.
Um vinho com estágio de 12 meses em meias pipas de carvalho francês e americano. Com 13,5% de vol. Feito à base de Touriga Nacional, Syrah, Trincadeira e Cabernet Sauvignon. O Castelão não aparece. Sinais do tempo?
Revelou boa intensidade cromática, quase opaca.
Aromas com toques florais, de especiarias, café, cacau em pó, compota e sugestões de notas balsâmicas e minerais. Alguma complexidade aromática.
Na boca confirmou bom equilíbrio entre todos os componentes, carnudo, mastigável. Talvez um pouco jovem no seu comportamento. Mas sem agressões e agradável, mostrando ser um vinho muito certo e bem feito. A madeira, de boa qualidade, está um pouco evidente, precisando de ser diluída um pouco no conjunto. Os taninos estão vivos, conferindo uma secura agradável nas gengivas, mas amparados por um corpo que os consegue suportar. Final de boca médio, deixando uma boa recordação.
É aquilo que podemos chamar um vinho moderno e atraente. Acredito que é capaz de ser consensual, como quase todos os vinhos saídos desta casa.
No seguimento da colheita de 2001. Continua a ser uma bela opção para todos nós e mostra que a zona de Palmela/Terras do Sado não deve ficar refém do Castelão. Vou guardar umas quantas, para ver no que dá! Precisa de algum descanso na garrafa. Espero não me arrepender, pois fiquei com a pulga atrás da orelha.
Nota Pessoal: 16

Comentários

NOG disse…
Guardei várias garrafas da colheita de 2001 (ainda melhor, penso eu, que esta de 2003) e ando a provar uma por ano. O estágio em garrafa beneficiou o vinho sobreutdo nos primeiros anos (2004-2005). Em 2006 já o provei novamente, e gostei (a cor mostra uma certa evolução), mas não está tão sedutor nem moderno... a integração entre fruta e a madeira também podia ser melhor.
Em qq caso, um belo vinho!

Nuno
Saca a Rolha
Pingas no Copo disse…
Nuno, estou de acordo contigo quando dizes que a colheita de 2001 é capaz de ser superior! Assino por baixo.
Relativamente ao 2003, sinto que ele ainda está um pouco jovem, necessitando de estar um pouco mais de tempo na botelha, para equilibrar. A madeira algo evidente. Mas de qualquer modo é um belo vinho.

Abraço
Rui