Quando o Pó não incomoda!

Um vinho que pertence à mesma Dona deste. Representa, para mim, o que um consumidor e apreciador de uma boa pinga quer para o seu dia-a-dia. Um líquido que demonstre que é possível beber com qualidade, a baixo preço. Não querendo ir pelo caminho das apostas (a minha avó sempre me disse: "teima, mas não apostes"), era capaz de afirmar que envergonharia alguns famosos da nossa praça.
Numa refeição super normalíssima, daquelas que fazemos quase todos os dias, em nossa casa, abri uma garrafa de Terras do Pó (tn) 2005. Nascido e criado em vinhas onde o Castelão domina. Aliás, não sou muito adepto dos vinhos onde esta casta é a senhora toda poderosa. Feito este apontamento pessoal, falemos um pouco sobre este vinho, que veio das areias de Fernando Pó.
Aromas limpos, sem qualquer problema que incomodasse o meu nariz. Fruta silvestre, no ponto. Baunilha e rebuçado. Algum tabaco e chocolate, davam-lhe um toque mais internacional.
Na boca, mediano, com taninos brincalhões. Um final também mediano, mas aprazível.
Não existem razões para continuarmos a beber pingas más. A vida é curta de mais para isso.
Nota Pessoal: 14,5

Comentários

Tenho uma boa recordação do seu branco,tenho a nota do Copo de 3, um 100% Fernão Pires de muito bom nível, talvez um dos melhores exemplares desta casta em todo o Portugal a par do Lezirias Fernão Pires.
NOG disse…
E eu guardo com saudade o "Terras do Pó Reserva" (penso que 2004). Acho que tenho nota algures no Saca. Era um castelão bem feito!

N.
Deve ser uma das castas que não me diz muito... os seus vinhos varietais nunca me conseguiram conquistar, e penso que se tornam um pouco repetitivos.
Por vezes cheguei a pensar que era uma praga que invadia tudo o que era vinha e que tinham começado a arrancar.
É uma casta utilizada em vinhos de lote, mas sozinha enjoa um bocado... enfim não me entendo com ela, uma questão mais que óbvia de gostos, e eu até tenho para lá uns vinhitos de Castelão bem guardados.

Em geito de piada costumo dizer que tenho 3 castas que não sou grande apreciador, as 3 C, Cabernet, Castelão e aquela da Bairrada :)
Se bem que a Cabernet o perfil que apanho nos vinhos de Portugal não me satisfaz, por outro a Castelão pronto é aquela coisa... não vejo que venha trazer mais valias aos vinhos.
Quanto à casta da Bairrada pronto enfim talvez dois vinhos que me tenham dito alguma coisa, agora os seus varietais tradicionais ainda não me convenceram, quando em lote isso pode dar algumas boas surpresas.
Anónimo disse…
Os vinho de castelão só atingem o seu expoente se forem produzidos em areia. O que é este o caso. Mas dentro da zona de Fernão Pó existem mais uns quantos produtores que o fazem bom vinho. Experimentem a ir em Maio ao concurso que se realiza lá, e provem a qualidade da zona.
NOG disse…
Um desses produtores engarrafa o "Vo Bento"...
Pingas no Copo disse…
Dizem os experts que os castelões possuem boas capacidades de envelhecimento. Ganham com o tempo. Pessoalmente nunca fui confrontado com um velho Castelão.

Caro caloiro30, eu sou daqueles que costumo ir à feira de Maio, bem como à Feira do Queijo, do Pão e do vinho na Quinta do Anjo. Confirmo o que diz. Belos vinhos se encontram por lá.

Um abração
Mesmo por causa disso que falas que lá tenho uns Reserva da Machoca 98 e 99 e Hero do Castanheiro 98 e 99, vamos lá ver o que aquilo dá :)
Anónimo disse…
Esses vinhos do Hero do Castanheiro são muito bons, tais como o reserva da Machoca. Ainda me lembro de se poder comprar lá o velhinho garrafão de 5 litros. Agora não sei.
Anónimo disse…
Boas,
Terras do Pó, tenho consumido 2002, 2003, 2004.
2005 Não provei, mas, os de 2004 tenho estado a conservar!
Não que a qualidade tivesse claramente melhorado, antes pela razão que o sinto muito jovem, cheio de força e como tal a precisar de repouso.
Espero k ele venha a ganhar o que ainda não tem, pois embora tenha sido comprado a 2.5 no início das feiras de 2005 continuo a guarda-lo à espera de melhores dias.
Comparativamente, diria que para novo tá a demorar a ganhar o "tradicional" sabor a madeira e maior suavidade e persistência que era hábito apresentar.
2005 não adquiri porque tem rondado os 3 euros e tal e é caro para o que "espero dele".
Cumptos,
Dom Baco