As castas são Síria, Malvasia Fina e Fernão Pires. Posso-vos dizer que é curiosa esta combinação. Não recordo nenhum vinho com esta mistura. Quando penso em vinhos brancos do Douro, penso necessariamente em outras castas, noutras miscelâneas.
Avancemos, portanto, para a dissecação do vinho (que é fermentado em barricas).
Na primeira abordagem, passou pelo nariz um (ligeiro) toque petrolado, que se foi apagando com suavidade. Serviu, na minha opinião, para esclarecer sobre o tipo de coisa que estava dentro do copo. Não seria mais um branco (nem podia ser, pois custa sensivelmente 17€). Adiante.Com o desvanecer daquelas notas petroladas, sou surpreendido por uma sensação mineral bem conseguida. Eram cheiros a calhau rolado, a pedra fresca.
O vegetal (erva ribeirinha, erva fresca) surgia bem combinado com a tal impressão mineral, reforçando a frescura do vinho, tornando-o vivo e húmido (até este momento não tinha olhado para a madeira).
E a fruta? Bom, esta estava madura, saborosa a pedir para ser trincada. Era laranja, toranja, meloa, maçã. Tudo bem amparado por uns valentes alperces.
O vegetal aparecia novamente, mas agora, em forma de folha de figueira e feno, transmitindo um ar mais seco, talvez mais austero.
E a madeira? Fiquei admirado pela sua boa utilização. Em momento algum, ela foi a intérprete principal. Estava ali, apenas, para enriquecer o vinho, dando-lhe maior complexidade, tanto nos aromas, como nos sabores (disponibilizando os inevitáveis frutos secos).
Na boca era fresco, com um prolongamento muito interessante, surpreendendo pelo equilíbrio que mostrou.
Por cada gole que dava, aumentava a vontade em dar outro. A fruta, o mineral, o vegetal e a madeira estavam bem misturados. Untuoso.
No final largava um rasto gostoso. Suficiente para não esquecer-me dele. Gostei francamente. Nota Pessoal: 16
Comentários
Depois de tudo o que escreveste dás uma nota de 16? Continuas forreta, catano!
Abraço,
PF
Um abração.