Casa de Santa Vitória (Alentejo)


Num sábado, que já passou, um grupo de bloggers nacionais foi mandado para o distante Baixo Alentejo. Local, quase perfeito, para fugir ao buliço do betão armado, da desordenada malha urbana das grandes cidades. Poiso ideal para falar mal de tudo e de todos.

 À porta da Herdade da Malhada fomos recebidos pelo enólogo, da Casa, Bernardo Cabral. Rapidamente fomos enfiados num jipe que nos levou a ver as vinhas. Tudo feito com alegria e satisfação.

Em cada palavra disparada pelo enólogo, era perceptível o investimento pessoal que estava por detrás. Dá um enorme gozo falar com gente alegre e descomprometida. Falar do vinho desta forma é, certamente, mais interessante e bem mais proficuo. A disponibilidade para perguntar aumenta exponencialmente. Só por isso a visita foi uma aposta ganha.

 
Sobre os vinhos, passámos em revista o portefólio disponível. Caminhámos por entre as gamas de entrada e terminámos no topo. Nada ficou de lado. Um leque de vinhos modernos, apelativos e redondos. Prontos, quase, a beber logo na juventude.

Não sendo o adepto do estilo, e recordando a minha primeira abordagem, partilho com vocês a boa evolução que o Inevitável Colheita 2005 está a ter. Revelou-se um vinho fino, mais equilibrado, sem aqueles excessos químicos. Deu enorme prazer ao ser bebido. Outra nota que merece ficar registada é sobre o Reserva branco Colheita 2007. Demonstrou boa dose de elegância, atinado e aparentemente sem desmandos perigosos.

Comentários

Hugo Mendes disse…
Bela passeata!
Considero que esse é um dos bons projectos do Alentejo actual….
Abraço
Pingas no Copo disse…
E Hugo, melhor é quando temos gente alegre e disponível para falar.

Abraço
Rui A. Teixeira disse…
Caro Pingus,

Foi com muita pena minha, que não pude comparecer ao amável convite que me foi endereçado pela Casa de Santa Vitória, e desta forma ter adiado o privilégio de me inteirar deste projecto, assim como de vos conhecer pessoalmente meus caros (bloger’s) conterrâneos.

Efectivamente não há nada como um dia bem passado na companhia de um punhado de gente bem-disposta e disponível, unida por uma razão o vinho.

Já agora e em jeito de colherada (amiga), afinal os bloger’s também são críticos! E alguns até já bastante afamados!!!
Pingas no Copo disse…
Caro amigo, afamados ou difamados?

Um forte abraço.
Hugo Mendes disse…
"E Hugo, melhor é quando temos gente alegre e disponível para falar"

Nem mais...
Pingas no Copo disse…
Volto à questão da alegria que ppode parecer coisa menor, mas acredito piamente que é fundamental que produtores, enólogos e afins cativem, envolvam os consumidores (é este o meu papel).

Volto acreditar que os resultados serão bem melhores do que subirem o poleiro ou falarem com fastio (que é o que acontece muitas vezes).

Talvez a crise consiga mudar a forma de estar de muita gente. Talvez.

Um abraço
Hugo Mendes disse…
Não sei!
Eu acho que a alegria terá de ser natural! Se for forçada…
Pingus, tenho uma visão um pouco mais pessimista… a crise já cá está há algum tempo e ainda não vi grande mudanças! Quem era mau continua mau! Quem era cego, continua cego! Quem geria mal, continua a gerir mal!
Oxalá mude, pois afigura-se um ano difícil…
Abraço
Pingas no Copo disse…
Hugo, claro que tem de ser natural.

Agora, e aqui é a minha fé a funcionar, não vai haver muitas alternativas. Muita "maltinha" vai ter que mudar e mudar bem, nem que seja apenas para sobreviver, por momentos.

Vai ter que haver alegria e simpatia "para dar e vender". Pode ser que seja bom capital de investimento e diferenciador.
Seria estranho, quiçá absurdo, não mexer uma palha, mantendo o consumidor afastado da produção e a continuar a ser tratado como um bronco e de forma paternalista.

Mas existe sempre um remédio: fechar a adega carregada do "melhor vinho do mundo".

Um forte abraço