Independent Winegrowers Association 2010

No passado dia 1 de Junho de 2010, marquei presença do Ritz com o intuito de testar as novas colheitas do grupo IWA (Independent Winegrowers Association). Este ano a equipa subiu ao terreno desfalcada, com o encerramento do projecto Quinta da Covela
Porque irão surgir, certamente, mais relatos sobre o evento, não perderei tempo com enormes considerações ou artigos de larga extensão. O tempo que irá desenrolar-se até meados de Setembro não é o mais indicado, pelo menos para mim, para dissertações profundas ou narrações pormenorizadas. Abriu a época baixa.
Para retamar definitivamente o preâmbulo, direi que apenas tocarei nos vinhos que mais marcaram.

Casa de Cello. Os Quinta de Sanjoanne revelaram frescura, acidez, carácter vegetal. Colheita 2009, Escolha 2004 e Superior 2008 apresentaram-se ao povo em bom nível. Cada um deles com a sua função bem definida. Para encerrar um Passi de 2008. Curioso e bem trabalhado.
Vegia 2008 ofereceu fruta e um anacrónico toque fumado. Sabor vivo e fresco.  O Quinta da Vegia 2006 carregado de nuances balsâmicas e minerais. Quinta da Vegia Reserva 2007 num estilo mais requintado, mais nobre. Para beber sem pressas.

No Douro, constatou-se, mais uma vez, a enorme qualidade que os vinhos de Domingos Alves de Sousa manifestam. As minhas atenções viraram-se para o Abandonado da Colheita de 2007. Aparentemente bem mais fresco e menos exótico que os anteriores. Pareceu-se mais português, menos estrangeiro
O Quinta da Gaivosa Colheita de 2007, esse, continua a revelar um perfil distinto, carregado de elegância e finura. O Vinha do Lordelo da Colheita de 2007 pertence ao lote dos superlativos. Um vinho exacerbado, pujante, gordo e amplo.

Luis Pato apresentava, na sua tabanca, um conjunto de novidades. Os Moleculares estavam lá. O espumante Vinha Formal, agora da Colheita de 2009,  deu boas indicações. Será, certamente, um caso sério e que merece uma abordagem bem mais atenta. De qualquer maneira, tomem nota e não se esqueçam.
Nos tintos, as minhas atenções recaíram sobre um Tinto Cão da Colheita de 2009. Vinho de filigrana pura. Fumado e frutado. Venham mais vinhos assim. E não esqueçam, também, este.
Antes de mudar de agulha, registo mais duas curiosidades: O Vinhas Velhas Branco, também da Colheita de 2009, que dispensou completamente a madeira. Está vivo, leve e refrescante. TrePA 2008 que é, nada mais nada menos, que uma mistura de Tinta Roriz com um lote de Vinha Pan.


Quinta dos Roques/Quinta das Maias. Destaque para o Verdelho da Quinta das Maias, da Colheita de 2009. Um branco perfumado, bem comportado e equilibrado. Um feliz regresso. 
Nos tintos, e não querendo esquecer o resto da trupe, fiquei surpreso com o Jaen, também das Quintas das Maias, e da Colheita de 2007. Um vinho desafiante, botando frescura por todos os lados. Marcante.
E para não destoar, encerrei com um Flor das Maias, da Colheita de 2007, cheio de estrutura e complexo. Porque ninguém lhe liga? 

Quinta do Ameal. O reino da elegância, da acidez, da secura. Para quem procura estimulos pujentes e pujantes, mude de lugar. Os vinhos reflectem, de forma genuína, um conjunto de sensações que são, efectivamente, raras. A aposta recai sobre aromas e sabores vegetais. Depois, e ainda por cima, não viram a cara a um envelhecimento digno.


Para o ano, haverá certamente muito mais.

Comentários

Unknown disse…
Para quem queria escrever pouco...my dear, escreveu muito e muito bem! Grandes provas e grandes vinhos estes! Gosto de te ler! Eh eh...que frase estranha! És irreverente e acutilante mas também assertivo e elegante qb...! Queres uma babete???

Olga Cardoso
Pratos de Ouro disse…
Rui, já tens fãs daquelas, haha

Abraço
Pingas no Copo disse…
Olá, Olga! Obrigado