Ermelinda Freitas Sauvignon Blanc & Verdelho 2009

Simplesmente pura ilustração de desapontamento. A primeira vez que coloquei nas beiças o vinho, pareceu-me ter ali qualquer coisa interessante, algo diferente. Talvez a singular conjugação das castas potenciasse o meu entusiasmo. Assim, sem mais nem menos, fixei a ideia que era um vinho fresco, cristalino, vegetal e citrino.

Ultrapassados alguns meses, desde o primeiro contacto com o vinho, cai de forma bruta e abrupta uma paulada de desilusão. Nada batia certo com o que tinha ficado guardado na mona. O vinho era gordo, intenso, cheio de madeira. Comportou-se, em certos momentos, com enfado, quase incómodo. Exibiu, de forma excessiva, demasiados ornamentos. Não aguentava estar fora do gelo, do frio, por muito tempo. Um simples descuido, com os ponteiros, e o velhaco transformava-se num rol de sensações exageradamente novo mundistas e urbanas. Teremos vinho orientado para o Inverno? Ou estarei errado?

Post Scriptum: Vinho enviado pelo Produtor.

Comentários

sinnercitizen disse…
Caro Pingus,

tive a oportunidade de provar este vinho quase ao lado da casa mãe, por ocasião das festas de Fernando Pó. Fiquei mais ou menos com a mesma sensação. É gordo e "latagão", um autentico peso pesado que não estava nada á espera. Mas, infelizmente para mim, a acidez inerente ao Sauvignon conquistou o palato. Tenho a certeza, que tal como diz, se tivermos a oportunidade de o experimentar no pico do inverno, com um peixe gordo no forno, terá um comportamento perfeitamente diferente.
Anónimo disse…
É impressão minha ou os vinhos da Ermelinda estão a começar a desiludir (falo por mim claro)

C.
Pedro Freitas
A mim nunca me iludiram... nem nunca achei grande piada ao Leo d´Honor.
Pingas no Copo disse…
Eu acrescentaria à conversa, a enorme gama de vinhos que existe.
Em alguns casos, parece-me haver demasiadas semelhanças. Aliás, seria giro realizar uma prova com todos os varietais, side by side, e tentar descobrir o Holly.
Hugo Mendes disse…
Caros,
Sobre o vinho, provei-o na Feira de Santarém, bem fresco, e achei-o interessante. Penso tratar-se de um vinho com um preço, competitivo (corrijam-me!), logo….
Para o meu gosto pessoal achei que estava um pouco doce… mas eu… é quase limão, por isso não liguem!
Quanto ao resto, não senti esse excesso da madeira, uma vez que o vinho estava aberto há muito tempo e por isso poderia ter sofrido uma oxidação positiva, não sei!
Quanto à profusão de oferta… pode muito bem ser a sua estratégia de marketing. Há especialistas que alvitram que se deve fazer tantas variações das marcas como os mercados que as segregam. Não sei se é o caso!
Pingus, nas feiras e festivais, normalmente, essa casa tem precisamente todos os varietais em prova… podes fazer isso!
Abraço
Pingas no Copo disse…
Hugo, curiosamente, foi numa situação de feira que provei o vinho, como disse no post, pareceu-me muito mais fresco e interessante que desta vez.

Abraço
Ó Pingas amigos, mas toda a gente sabe que os vinhos nas feiras e festivais a pinga sabe sempre melhor do que em casa... a não ser que em casa se faça um festival do marisco por exemplo. :)
Pingas no Copo disse…
Ehehe, é verdade João, o Alentejano, nas feiras as coisas sabem sempre bem. Até os couratos (com carimbo).