Simplesmente, um desabafo

A falta de dinheiro na carteira, como sabem, irá provocar ajustes, grandes, no consumo de vinho. Inevitavelmente teremos, já estou a gastar menos, muito menos. O problema, lá está, é que habituados a vinhos de determinado calibre, irá custar beber coisas que não estavamos, já, acostumados.
Nos últimos dias, nos últimos meses, muito raramente tenho despendido mais que cinco euros por uma garrafa de vinho, quando em tempos idos, facilmente, subia ao patamar dos quinze, vinte, trinta euros (e às vezes mais). Agora, e sempre que levo, debaixo do braço, uma garrafa para parelhar com a comida aqui de casa, vejo-me confrontado com a incapacidade de continuar para além dos dois copitos (não por causa da saúde, nem para felicidade da comunidade familiar), mas porque os ditos sabem literalmente ao mesmo.

Estão bem feitos, como diz o Pingamor aqui, mas incapazes de apresentar alguma caraterística especial. Brancos, tintos e rosés, mostram ser, apenas, exemplos do bom domínio da técnica enológica que existe. O corpo, esse âmago de sensações, fica literalmente cansado.  E não creio que seja problema só nosso, perdoem-me os arautos que enchem o peito ao pregar as virtudes do que vêm lá de fora é que é bom!
Em resultado do estado da cousa, pressinto um virar de agulha para a cerveja. Consequências da  conjuntura?

Posfácio: A história é velha, os que podem continuarão a poder, os outros nem por isso.

Comentários

Antonio Madeira disse…
Ola Rui Miguel,
Pessoalmente prefiro so abrir uma ou duas garrafas de bom vinho por semana e estar alguns dias a agua do que beber todos os jantares vinho banal.
Cerveja so no verão a tarde, quando esta calor é que me sabe bem, tipo numa espalanada ao ar livre. Agora para acompanhar refeições não sou grande apreciador, enche demasiado.
Aquele abraço
Antonio

PS: e então ja tiveste aquele motivo especial para festejar ou esta para breve?
Pingus Vinicus disse…
Sim claro, António, não ando muito longe do que dizes, mas na verdade, pode haver nesta fase um retorno, ou reforço, da cerveja.

Sobre o motivo especial, ainda não, mas está para breve. Será esta semana, lá para 4ª ou 5ª.

Um forte abraço
Rui
Pedro Sousa P.T. disse…
Não sei se ainda vais a tempo de ler este meu comentário, mas não poderia estar mais de acordo contigo, se bem que nos brancos, acho, na minha modesta opinião, consegue-se uma panóplia mais variada de escolha de vinhos “não alinhados”. Mesmo assim, não traçaria um rumo assim tão negro, (desculpa o meu optimismo), mas temos que fuçar muito para encontrar algo não – globalizante no mercado, mas eles andam aí, raros mas andam.
Quanto à cerveja, olha que as diferenças da super bock ou da sagres, também não andam muito longe. Sim porque umas imperiais bem tiradinhas ao fim da tarde, são do melhor.

Abraço
Hugo Mendes disse…
bela reflexão....
devemos pensar nisso!