Catarina

Não há, para mim, qualquer dúvida. A confrontação com dois estádios de alma foi inequívoca. Duas formas de olhar para o assunto. A primeira, apesar de reconhecer o interesse do vinho, não despertou, por ali além, qualquer comentário de valor significativo. O segundo, e porque decorreu após o desembrulho, foi mais efusivo. Apresentaram-se razões de vária ordem. O rótulo, o vinho, as castas, o preço. Atributos, portanto, suficientes para colocar qualquer interessado em perfeito estado de entusiasmo, de exaltação enófila.


Um rótulo que foi modificado, um vinho que é branco, a combinação de castas que não é a mesma (em 2001 tínhamos Fernão Pires, Rabo de Ovelha e Tamarez. Em 2010 temos Fernão Pires, Arinto e Chardonnay). O preço, esse vector fundamental, ainda assim, continua dentro do mesmo intervalo.


O vinho, de agora e não o de 2001, perdeu interesse. Está despido de classicismo, de história. Está inócuo. Perdeu, são sei para quem, aquela ponta de cobiça que chegou a ter. Coisas da modernidade.

Comentários

Unknown disse…
A pressão de produzir vinhos mais fáceis de vender e mais ao gosto do grande consumo por vezes dá nisto.

Infelizmente não é caso raro, mas mais uma vez vê-se (pela tua descrição que não conheço o caso em particular) um vinho descaracterizado e que perdeu o factor diferenciação.

Talvez tenha ficado mais fácil de vender e até seja melhor (em termos económicos) para o produtor. Mas a longo tempo será que não estará antes a prejudicar mais a imagem do produtor e do vinho?