Continuo ler pérolas literárias sobre a importância das provas cegas. Confesso que é algo que me delicia, que entretém as noites em que nada tenho para fazer ou momentos em que estou ocupado com situações menos nobres. Puxo de uma cadeira e refastelo-me, sem qualquer preocupação, sobre o que ditam e teorizam sobre a limpeza, a pureza, a genuinidade de tamanha tarefa. Há qualquer coisa, parece-me, de divino.
Participo, de vez em quando, em brincadeiras do género. Assumo sem qualquer problema. Mas, fico chateado, perdoem-me, quando sujeitam determinado vinho a coisas destas: provas cegas. Não havia necessidade. É imperdoável e eu não perdoo.
São vinhos que merecem melhor tratamento, mais cuidado, mais atenção. Não foram, e não são, feitos para serem consumidos tal produto sem interesse, sem história, sem nada.
Deveriam existir normas que proibissem estes atentados. Regras, normativos que autuassem quem se atreve a sujeitar determinados vinhos a exercícios completamente despropositados. Tal como na vida, há sentimentos que não se avaliam, não se intervalam, não se balizam. Sentem-se, desfrutam-se e não se justificam.
Comentários
Concordo em gênero, número e grau! Devia haver uma (boa) lista de vinhos para os quais a chamada prova às cegas fosse proibida. Como colocar um Barca Velha (out tantos outros) nestas provas? E a história, onde fica? Uma vez cometi um pecado destes, colocando um Quinta do Vale Meão encoberto em meio a vários outros (por sinal, todos excelentes). Ao descobrí-los, meus amigos se acotovelaram para tomar o restinho que sobrou do Meão...rs. Mas era tarde. O sentimento ao final, era de perda.
Abraços,
Flavio
Cumprimentos
J. Freitas