António Saramago: Outros Tempos...

Podia começar a coisa com uma tese sobre os vinhos da Península de Setúbal, terra que me adoptou há muitos anos. Não preciso de voltar a dizer e muito menos insistir que esta região não está na minha primeira linha, no que respeita às minhas escolhas. Contudo, não perco a oportunidade para ir provando o que vai saindo no momento, optando por um leque muito reduzido de produtores e vinhos. Ao fim ao cabo, como nas outras zonas do país. Tenho as minhas preferências. Mas apraz dizer-vos que lembro com muita saudade dos velhos vinhos feitos com castelão. Coisas que já não regressam.


Este vinho, meus queridos amigos e desamigos, reporta-nos para um estilo que praticamente já não existe, aqui por Pegões, Palmela, Azeitão e Setúbal. Profundamente elegante, cheio de frescura, tanino seco e muito fino no trato. O tempo fez maravilhas. Caramba, ao reler o que acabei de escrever, até parece que percebo da coisa. 


Vendido, no seu tempo, por dez euros, era dos melhores vinhos, para mim, que  se podia encontrar no polígono de Pegões, Palmela, Azeitão e Setúbal. Escusado será dizer que me proporcionou um dos melhores momentos, no que respeita ao vinho, neste ano de dois mil e dezoito. Talvez por saudosismo.

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