Não sei se é o pronuncio de alguma coisa, mas o que posso dizer é que nos últimos tempos tenho olhado com atenção bem redobrada para os vinhos brancos de Lisboa. E antes que continue a desenrolar a homilia, devo dizer que apesar de bem esgalhada, do ponto de vista turístico, a denominação faz-me, ainda, alguma espécie. É que percorro Lisboa e não encontro vinhas. Mas porque posso dar-me ao luxo de poder inventar a meu belo prazer as mais disparatadas expressões, de escolher outras coisas e mais algumas, prefiro chamar-lhes Vinhos Atlânticos. E se dobrarmos para inglês, olhem que não fica mal: Atlantic Wines. Parece-me mais exclusivo, mais diferenciador, mais alternativo.
Paulatinamente e de forma gradual, começo a cimentar a ideia que teremos, ou poderemos vir a ter, que digam os verdadeiros peritos na matéria, um pólo com muito interesse para quem gosta de variar um pouco.
Toda aquela língua de terreno com silhueta feminina, ventosa, com nevoeiros matinais, que leva com o mar dia após dia, confere aos vinhos uma frescura acentuada, um carácter marítimo bem vincado.
Fica, também, a minha convicção, que os produtores, no geral, começam a ter um propósito, um foco, uma intenção, um objectivo. A coisa parece prometer. E nós, apesar dos bolsos desfalcados, lá teremos que gastar mais umas moedas. Basicamente dividir o parco espólio. Sobre os tintos, salvo uma coisa ou outra, a história é um pouco diferente.
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