Desta vez dedico-me ao Alentejo. À grande planície do Sul. Para tal, escolhi três vinhos, todos eles provados em prova cega, que me aguçaram o apetite. Dois deles nasceram bem no interior do Baixo Alentejo. O outro preferiu nascer em lugares mais frescos. Vão ser notas rápidas (prometo).
Aragonês da Peceguina 2004
Um varietal do produtor Herdade da Malhadinha Nova, Albernoa, Beja. Da responsabilidade do enólogo de Luís Duarte. Estagiado em barricas novas de carvalho francês. Com 14%.
Um vinho quente, doce e sensual. Com sugestões de fruta vermelha, rebuçados. Torrefacção sem exageros. Enriquecia com uma brisa a mato.
Um vinho quente, doce e sensual. Com sugestões de fruta vermelha, rebuçados. Torrefacção sem exageros. Enriquecia com uma brisa a mato.
Mastigável na boca. Com bom corpo e um bom final. Muito guloso. Um género muito consensual, que irá agradar a uma vasto leque de consumidores.
Nota Pessoal: 16
Fonte Mouro Reserva 2003
Nota Pessoal: 16
Fonte Mouro Reserva 2003
Um vinho de lote que parte do portefólio Sociedade Agrícola do Monte Novo e Figueirinha, Beja. Com a assinatura do enólogo António Saramago. Feito com cabernet sauvignon, aragonês, alicante bouschet e trincadeira.
Um vinho que se mostrou muito redondo, muito apelativo. Os seus aromas eram frescos. Fruta preta. Com lembranças florais e balsâmicas que estavam acompanhadas por uns pozinhos de tabaco e chocolate preto.
Um vinho que se mostrou muito redondo, muito apelativo. Os seus aromas eram frescos. Fruta preta. Com lembranças florais e balsâmicas que estavam acompanhadas por uns pozinhos de tabaco e chocolate preto.
A sua boca era elegante, nada pesada, fresca.
Mais um exemplo de um vinho pouco badalado e que merece ser conhecido. (O Fonte Mouro Colheita Seleccionada 2004, como podem ver aqui, é também uma interessante proposta).
Nota Pessoal: 15,5
Altas Quintas 2004
Nota Pessoal: 15,5
Altas Quintas 2004
Um vinho nascido nas terras altas do norte alentejano. A 600 metros de altitude, na serra de S. Mamede. Mais um vinho alinhavado pelo enólogo Paulo Laureano. Feito com trincadeira, aragonês e alicante bouschet. Estágio em barricas de carvalho. Com 14%.
Muito fresco, longe dos vinhos quentes do Alentejo (serão os ares da serra?). Numa linha algo irreverente e anacrónica (enganou-me com o seu comportamento). Muitas flores. Muito mato, baldes cheios de cedro e eucalipto. Fruta que parecia que estava no pomar.
Muito fresco, longe dos vinhos quentes do Alentejo (serão os ares da serra?). Numa linha algo irreverente e anacrónica (enganou-me com o seu comportamento). Muitas flores. Muito mato, baldes cheios de cedro e eucalipto. Fruta que parecia que estava no pomar.
Na boca, comportava-se de forma suave, fresca, sem agressões. Uma bela estreia. Achei este vinho muito diferente dos outros que o enólogo Paulo Laureano costuma idealizar.
Nota Pessoal: 16,5
Nota Pessoal: 16,5
Agora desfrutem...
Comentários
Mas percebo a tua ideia. De qualquer forma o centro de Portugal fica lá mais para os lados de Vila de Rei, distrito de Castelo Branco...
A questão principal, e nesse ponto estou de acordou contigo, é que o Altas Quintas é proveniente de uma zona do Alentejo com caracteristicas bem diferentes dos outros dois vinhos. Mais fresca, mais verde, mais montanhosa...(um micro clima) Aliás, sente-se a transição.
Mas basta passares para o outro lado do Rio Tejo e ficas com a ideia de que voltaste ao Alentejo. O planalto de Castelo Branco, Idanha a Nova possui caracteristicas climatéricas parecidas ao Alentejo.