Um vinho do Ribatejo, de um produtor que se está a tornar num porto de abrigo, no que respeita a vinhos brancos. Aliás, começo a olhar para esta região como um sítio ideal para vinhos brancos.
Este chardonnay fermentou em barricas novas de carvalho francês, que se seguiu um estágio sobre as borras durante três meses com batonage. Com 14,5% de vol.
Apresentou uma cor clara, brilhante com tonalidades esverdeadas.
Impacto aromático de qualidade. Nobre e distinto na apresentação. Cavalheiresco. Disponibilizou fruta madura, sem excessos e sempre fresca. Pêra, maçã, maracuja, ananás, laranja. Por vezes, surgia um lado vegetal que me fazia lembrar a relva verde, acabada de cortar. Outras vezes, sentia qualquer coisa parecia com a hortelã ou menta. O mais surpreendente, para mim, foi descortinar um lado mineral, que aumentava a complexidade. A madeira revelava-se através de bonitas notas de baunilha e amêndoa. Estava bem integrada, sem sobreposições.
Na boca entrava gordo, mas nada pesado. Fresco, limonado. Saboreava-se a maçã, o ananás. Mais uma vez, os tais apontamentos minerais voltaram a surgir (imaginação minha?). Final muito refrescante, deixando na boca um rasto a baunilha, caramelo e lima.
Um vinho que se apresentou, sempre, num perfil elegante, com categoria e sem excessos (ao contrário do que seria de prever).
Um branco que me deixou verdadeiramente surpreendido. Geralmente os vinhos brancos feitos com esta casta comportam-se de forma diferente...Custou na loja do produtor 5€, o que se torna numa excelente relação preço/qualidade.
Nota Pessoal: 17
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