Como devem ter já reparado nas minhas palavras, eu nutro uma grande paixão pelo vinho do Dão. Tenho raízes bem fundas nesta região. Tento que a minha paixão não me tolde a razão, se bem que às vezes a primeira se evidencie mais. Mas que se lixe, isto sem um pouco de picante não tem graça.
Desta vez voltei a casa, pelo copo, através de um vinho que recentemente obteve uma boa classificação na Revista de Vinhos, num painel com vinhos do Dão.
Neste blog, já concordei com uma nota atribuída a um vinho (quinta dos aciprestes). No caso do Catedral 2003, a minha apreciação andou muito longe daquela que foi dada pela referida revista. Na vida, nem sempre concordamos com o que lemos, com o que ouvimos. Faz bem à saude discordar, deitar cá para fora aquilo que nos vai na cabeça ou na alma.
Falemos resumidamente do vinho. Foi provado em prova cega. Concebido a partir das castas alfrocheiro, tinta roriz e touriga nacional. Com 12,5% de graduação alcoólica. Caves Monteiros.
Impacto aromático muito ferroso. Aliás para ser sincero, durante toda a prova em que estive o seu lado metálico e ferrugento nunca desapareceu. Parecia a água de uma canalização que há muito tempo não é utilizada. Acontecia muito na casa dos meus pais, quando regressávamos de férias. Era impossível beber água durante alguns dias.
Consegui descortinar algumas sugestões vegetais, muito verdes por sinal, juntamente com ténues balsâmicos.
Na boca, sem história, algo ácido.
Um vinho da minha terra que se portou muito mal. Merece um bom castigo, pois existem belas catedrais por lá.
Nota Pessoal: 10
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