Porca de Murça Reserva Branco 2004. Douro. Com 14% de graduação alcoólica estagiado parcialmente em barricas de carvalho novo. Produzido pela Real Companhia Velha, onde a equipa enológica é ou era comandada por Jerry Luper (que produz o Quinta da Carolina, que sinceramente nunca provei, a carteira não dá para tudo).
Um vinho branco, que se não estou em erro e a minha memória não me falha (e ela anda a pregar-me partidas), recebeu alguns elogios por parte do jornalista José António Salvador nos seus guias. Lembro-me do Reserva 2000.
Este Porca RBranco pareceu ter um registo aromático denso. Com alguma untuosidade. Impacto inicial muito vegetal e citrino. Maçã verde misturada com uns gomos de laranja e lima. Evolução para a meloa, melão e pêra. Pareceu-me ter detectado a presença de hortelã ou menta que apimentava o conjunto. Havia qualquer coisa curiosa no vinho que eu não percebi muito bem o que era. O cheiro caracaterístico que a lamiácea liberta foi a minha escolha. Tenho partilhado com vocês a minha incapacidade para descobrir novos aromas. Nem sempre consigo. Até aqueles que me parecem ser evidentes, na maioria dos casos, são capazes de estar errados! O que me tem safado é a minha imaginação. De regresso ao vinho. Com o inevitável aumento do tempo de abertura, surgiram os toques da madeira.
Na boca, ele entrava com aparente robustez, sem ser demasiado pesado. Com equilíbrio. A acidez estava colocada de forma a proporcionar frescura, ajudando atenuar o seu grau alcoólico. Senti alguma baunilha e mel. Um final correcto, de média duração.
Um vinho que me pareceu bem feito, directo e limpinho, sem grandes complexidades, mas guloso. Provavelmente não fará arregalar os nossos olhos de admiração, mas é capaz de agradar a muitos de nós.
Acompanhou perfeitamente uns peixinhos assados nas brasas. Na garrafa, nada ficou e o meu pai gostou particularmente dele. Não fosse ele um transmontano de gema!
Já me ia esquecendo, este Porca de Murça vem agora vestido com um rótulo novo e custou-me um pouco menos de 4€. O nome é que não cativa muito.
Nota Pessoal: 14,5 Post Scriptum: Voltei a escrever e espero continuar a actualizar o meu blog. O estado de saúde da minha mulher parece ter estabilizado. O regresso não foi o que pretendia, como podem ter reparado. Um comentário a um vinho que anda por aí e é fácil de encontrar nas prateleiras das grandes superfícies. A vontade para beber, provar e escrever não tem sido muita, como podem ter reparado.
Comentários
Um abraço amigo e continuação das melhoras
Zé Tomaz
Um abração
Rui Miguel