Fazia tempo que não bebia o Duque de Viseu Branco. Um dos vinhos portugueses com mais história que anda por aí. O próprio nome transmite história. Pertence ao universo Sogrape, oriundo da Quinta dos Carvalhais, bem no coração do Dão. Aqui para nós, foi com ele que verdadeiramente me iniciei nas lides enófilas. Já lá vão alguns anos. Gostava francamente e bebia-o regularmente. Era uma paixão. Julgava que estava perante um dos melhores vinhos nacionais. Com o tempo, com aparecimento de outras marcas, fui deixando para trás o Velho Duque. Nunca mais voltei a bebê-lo. Nem tinto nem branco. Até que nestas férias, ao passar por um supermercado peguei numa garrafa de 2004 e pensei cá para comigo: "É desta que vou voltar a falar com ele."
Cor que tinha caminhava para um amarelo torrado. Aromaticamente tinha um registo muito elegante, com a presença de alguma oxidação ou evolução precoce (causada provavelmente pelo deficiente armazenamento que teve), mas com um bonito perfume. Fruta em calda, pensem no ananás e pêssego em lata. Os citrinos apareciam por lá na forma de laranja e tangerina. Leve lembrança de mel. A presença do limão dava vivacidade ao conjunto.
Na boca, a linha elegante e fina mantinha-se, sem qualquer desvio. Certinho e aprumado. Com uma duração média/curta, mas ainda saboroso.
Acabou por ser uma conversa animada, calma e muito interessante. Deu para ouvir algumas das histórias que ele me tinha para contar. Nunca se devem abandonar os velhos amigos.
Nota Pessoal: 14,5
Comentários
Começou a ter gargantilha igual aos Roques e abandalhou, o preço parece que está mais alto.
O preço mantêm-se igual, não sofreu grandes alterações.