Um espumante proveniente do Dão, de um antigo sócio (Manuel Glória Pinheiro) da COOP de Tazém, que recentemente se lançou na aventura de produzir vinhos e espumantes alone. Tem assessoria enológica do famoso enólogo Rui Moura Alves, conhecido pelos seus bairradinos de estilo clássico, onde os lagares e a madeira avinhada são reis e senhores. Para muitos um enólogo controverso.
Mas falemos deste espumante branco bruto natural, da colheita de 2003. Segundo o contra-rótulo foram utilizadas as castas arinto, borrado de moscas e encruzado. Método clássico de bica aberta.
Inicialmente soltaram-se sugestões de combustível e muita fruta verde. Pareceu-me sentir um fundo mineral com alguma passa, envolvido em fortes impressões metálicas, que particularmente criavam alguma perturbação.
Na boca o lado metálico voltava a surgir de forma evidente, bem como a fruta verde. A bolha algo grossa. Acidez num registo elevado. Um espumante de estilo rústico, mais indicado para acompanhar uns pesados petiscos regionais, desenhado para viver dentro das paredes geográficas onde nasceu.
Pessoalmente falta-lhe algum afinamento, de modo a torná-lo um pouco mais moderno e consensual. Vamos ver como se vai processar a evolução deste espumante.
Nota Pessoal: 12,5
Post Scriptum: Aqui para nós, e se a minha memória não me falha, é a minha primeira nota de prova de um espumante/champanhe. Raramente o faço. Reconheço que possuo enormes limitações na prova destes vinhos. Acontece-me o mesmo com os vinhos do Porto.
Comentários
Quanto aos espumantes, pelo que tenho lido aí no Brasil existe alguma tradição(boa) no que respeita aos espumantes. Estou errado?
Que bom saber que gosta de vinhos de sobremesa! São tão bons!