Atravessamos um momento de paragem. Os desencontros da vida, as agendas pessoais impossibilitaram que o Núcleo Duro (Jorge Sousa, Paula Costa, João Quintela, Francisco Barão da Cunha, Oliveira Azevedo e naturalmente a minha pessoa) se juntasse à volta da mesa e do copo. O dia 23 de Janeiro foi a data escolhida para que a assembleia magna se reunisse. Era importante reflectir sobre novos projectos. Há muito que andávamos em discussões mais ou menos apaixonadas sobre o que deveria ser o novo ciclo de provas. Ideias para ali, ideias para aqui, ficou estabelecido que iríamos realizar a 2ª Volta pelas regiões demarcadas deste recanto europeu. Sendo que o primeiro round decorrerá no próximo dia 28 de Fevereiro.
Como este Núcleo é constituído por enófilos a roçar o fanático, não perdemos a oportunidade para fazer uma prova cega, uma espécie de reentré.
Local escolhido foi o restaurante A Comenda no Centro Cultural de Belém. Os vinhos da noite foram, nada mais, nada menos que Redoma 1999, Redoma 2001 e Redoma 2004, por parte da casa duriense Niepoort e Marquês de Borba Reserva 1997, Marquês de Borba Reserva 1999 e Marquês de Borba Reserva 2003, do produtor alentejano João Portugal Ramos. Dois produtores bem enraizados no nosso universo, com créditos mais que firmados e que dispensam qualquer apresentação da minha parte. Portanto, adiante no desenlace que estamos a perder tempo.
Falemos em pormenor sobre os vinhos em briga. Primeira nota; um dos participantes ficou desclassificado no warm up. O Redoma 1999 estava impossivel de ser avaliado e bebido. Rolha, panos húmidos, bafio era o que oferecia. Lamentável o acontecimento, pois ficamos desfalcados.
Como este Núcleo é constituído por enófilos a roçar o fanático, não perdemos a oportunidade para fazer uma prova cega, uma espécie de reentré.
Local escolhido foi o restaurante A Comenda no Centro Cultural de Belém. Os vinhos da noite foram, nada mais, nada menos que Redoma 1999, Redoma 2001 e Redoma 2004, por parte da casa duriense Niepoort e Marquês de Borba Reserva 1997, Marquês de Borba Reserva 1999 e Marquês de Borba Reserva 2003, do produtor alentejano João Portugal Ramos. Dois produtores bem enraizados no nosso universo, com créditos mais que firmados e que dispensam qualquer apresentação da minha parte. Portanto, adiante no desenlace que estamos a perder tempo.
Falemos em pormenor sobre os vinhos em briga. Primeira nota; um dos participantes ficou desclassificado no warm up. O Redoma 1999 estava impossivel de ser avaliado e bebido. Rolha, panos húmidos, bafio era o que oferecia. Lamentável o acontecimento, pois ficamos desfalcados.
Os outros Redomas, 2001 e 2004, estiveram durante toda a noite com comportamentos diferentes, na forma e no conteúdo. Diria mesmo que nada tinham em comum. Não era só a idade, a data da colheita. O estilo, o perfil eram díspares. Enquanto o primeiro (2001) mantinha aquela linha a que estávamos habituados a ver e a sentir. Sugestões silvestres, em que o mineral e o balsâmico marcavam também presença. Uns furos abaixo do esperado. Nota Pessoal: 16,5. No segundo (2004) a performance era completamente diferente. Um vinho desenhado para agradar numa prova cega, principalmente ao Robert Parker. Num estilo mais doce, cheio de caramelo, repleto de chocolate com leite e baunilha. Cativa, mas acaba por cansar dado o discurso monocórdico. Decididamente não gostei desta viragem, apesar de lhe reconhecer qualidade (e muita). Parecia dizer-nos que o passado é mesmo para passar à história. Desculpem-me o plenonasmo. Nota Pessoal: 16.
Os Marqueses de Borba revelaram ter uma forma de estar muito mais homogénea, com níveis de complexidade bastante interessantes. Elegância, equilíbrio eram as matrizes destes vinhos alentejanos. Autêntica realeza. O Reserva 2003, num estilo floral, fresco e fino. Nota Pessoal: 16,5. O Reserva 1999, que dizem ser o patinho feio, conseguiu aliar a pujança com a elegância de forma quase irrepreensível. Bem porporcionado. Sem desvios. Nota Pessoal: 17,5.
O destaque para mim, sem qualquer margem para dúvidas, foi o Marquês de Borba Reserva 1997. Apresentou-se com muita saúde, cheio de vida, vibrante, não dando qualquer indicação dos anos. Um belo exemplo de como devem evoluir os grandes vinhos e este foi o grande vinho da noite (para mim). Nota Pessoal: 18
Os Marqueses de Borba revelaram ter uma forma de estar muito mais homogénea, com níveis de complexidade bastante interessantes. Elegância, equilíbrio eram as matrizes destes vinhos alentejanos. Autêntica realeza. O Reserva 2003, num estilo floral, fresco e fino. Nota Pessoal: 16,5. O Reserva 1999, que dizem ser o patinho feio, conseguiu aliar a pujança com a elegância de forma quase irrepreensível. Bem porporcionado. Sem desvios. Nota Pessoal: 17,5.
O destaque para mim, sem qualquer margem para dúvidas, foi o Marquês de Borba Reserva 1997. Apresentou-se com muita saúde, cheio de vida, vibrante, não dando qualquer indicação dos anos. Um belo exemplo de como devem evoluir os grandes vinhos e este foi o grande vinho da noite (para mim). Nota Pessoal: 18
Resta-me partilhar com todos vós a ementa oferecida pelo restaurante. Sortido de pães, azeite e diversos mousses. Carpaccio de novilho com lascas de parmesão, que estava excelente. Bacalhau à lagareiro. No ponto. Para a sobremesa, um misto de frutas exóticas, crepes e queijo. Tudo em bom nível e sem falhas.
Terminamos com um Casa de Santa Eufémia 20 anos, que estava fenomenal e encerrou com chave de ouro o jantar. Nota Pessoal: 17
Comentários
no fim o casa de santa eufémia humm.
Já provaste o "White Special Reserve" deles?
imperdivel.
Outra questão, para equilibrar aqui o DOURO/Alentejo não deveria ter sido um batuta?
Os Redomas e os MBR andam a ser vendidos a preços sensívelmente parecidos. O que também pode ser um indicador de boa relação preço/qualidade.
Sobre o White Special Reserve não nunca o provei.
As provas quando realizadas em comparação têm destas coisas. No entanto não se pode tomar a árvore pela floresta. Não tenho dúvidas que o Marquês de Borba é um bom vinho, mas daí a tirar as conclusões que o nosso amigo Copo de 3 tira, vai uma grande distância. Os vinhos da Niepport, para quem tem estado atento ao seu lançamento, apresentam características particulares, que se pode gostar ou não. 1º Julgo que a qualidade é indiscutível. 2º As diversas marcas, mesmo o Batuta, não apresentam as mesmas características de um ano para os outros, o que é uma escolha do enólogo, discutível naturalmente. 3º Com esta segunda característica é natural que uns envelheçam com nobreza e outros morram antes do tempo. Já agora estamos a falar de vinhos que na mesma loja comprei por 40,97€ o Mar. de Borba de 99, 42,45 o 00. O Redoma 29,50€ de 02 e 03. Boas provas AJS
Sobre os preços e eles são díspares entre lojas. Por exemplo, paguei o mesmo pelos Redomas e pelos MBR, sempre situados no patamares 28/29€.
Os preços são variáveis muito complexas e que variam muito de local para local.
Segundo, apenas relatei o que me foi dado a conhecer pela prova, de facto as notas falam por si, valem o que valem mas neste caso não vou deixar de dizer que os vinhos MBR se portaram bem melhor e tendo em conta a idade dos mesmos (ainda me lembro que muita gente diz que o vinho do Alentejo não sabe envelhecer, o MBR 97 que o diga)
Sobre este mesmo envelhecimento vou gostar de ver alguns dos vinhos do Douro se chegam a 10 anos de vida útil em garrafa, o Meão 99 anda muito tremido pelo que parece... vamos aguardar pelos restantes.
Sim os Niepoort variam de colheita para colheita, mas e o outros ? Será que os outros não mudam ? Curiosamente os MBR são lançados apenas em anos de excelente qualidade, e apenas conto 97, 99, 2000 e 2003, quantos Redomas temos ?