Não é a primeira vez que falo sobre este indivíduo. Na altura vinha vestido com roupa clara, mais adequada a outras temperaturas. Lembro-me de ter gostado dele, de o ter achado interessante (nunca mais o vi, nem sei o que é feito dele. Provavelmente, acontecerá o mesmo com este). Agora a vestimenta mostra tonalidades diferentes. Mais negra, mais escura. Um tinto do Douro (Lamego) que, na minha opinião, vem aumentar o nível de qualidade das opções disponíveis. O pior será encontrá-lo. Mas isso são outras histórias (Encontrar vinhos diferentes, que fujam um pouco à normalidade que inunda as paredes dos nossos hipermercados é tarefa difícil).
Voltemos então ao tinto, que é para isso que cá estamos. Tive a sensação que estava defronte de algo com carácter, com personalidade própria. Longe da moda. Nos tempos que correm, encontrar vinhos que não se vestem à moda é acontecimento raro. Quase em vias de extinção. Percebo. O mercado não permite, não deixa que se façam coisas diferentes. A pressão é grande e os investimentos têm que ter retorno o mais breve possível.
Voltemos então ao tinto, que é para isso que cá estamos. Tive a sensação que estava defronte de algo com carácter, com personalidade própria. Longe da moda. Nos tempos que correm, encontrar vinhos que não se vestem à moda é acontecimento raro. Quase em vias de extinção. Percebo. O mercado não permite, não deixa que se façam coisas diferentes. A pressão é grande e os investimentos têm que ter retorno o mais breve possível.
Mas regresso, outra vez, ao vinho. Havia por ali alma, um lado rústico que me desafiava. Muito amarrado no início. Parecia que tinha entrado para uma adega sozinho, meio abandonado, sem ninguém para explicar o que iria provar. As lembranças aromáticas a lagar, a pedra, mostravam-se de forma impositiva. Foi preciso abrir um pouco a porta para que o ar enriquecesse com a esteva, a giesta, o mato seco. Não muito longe, em redor das paredes, as flores, as amoras perfumavam o ar. Suavizavam aquele lado mais rude, mais agreste que ele tinha.
Na boca, o comportamento era consentâneo com os aromas. Nada desalinhado, nem mentiroso. Era aquilo, aquilo mesmo. Rústico, cheio, com pujança. Tudo oferecido pela natureza. Um pouco mais de afinação, de elegância, de subtileza, este vinho provavelmente iria mais longe. Nota Pessoal: 15,5
Este sim, trouxe-me algo.
Comentários
Desculpa o "off topic" mas como não tenho o teu e-mail...
Como especialista em Dão, já ouviste falar do Casa da Carvalha?
Um abc
Zé Tomaz
ps: Desculpa se saí do contexto do tei post. Abráços!!!
Faz parte dos meus vinhos de dia a dia. Muito bom para o preço (4,5€). Elegante e com acidez à moda antiga do Dão.
Boas provas!
Onde o posso encontrar?
Abraços
Foi com muito agrado que tive conhecimento deste blog e consequentemente da referência a um vinho que muito me diz.
Na realidade trata-se de um projecto muito desejado e acarinhado. A família de Gustavo do Valle está no sector dos vinhos à mais de 100 anos (antigos proprietários das Caves da Raposeira), e este projecto é o retomar de uma tradição, pela nova geração, da qual faço parte.
O Loboseiro é o rosto de um projecto que também passou pela reestruturação de 45% das Quintas (25 ha no total), com a introdução de novas castas, tais como: malvasia fina, gouveio, cercial, touriga nacional, touriga franca, barroca, sousão, viozinho, entre outras.
A produção do Loboseiro é limitada, por necessidade de controlar os objectivos de qualidade a que nos propusemos. Decorrente deste facto decidimos apostar, não na massificação, mas em nichos de mercado, nomeadamente em restaurantes e garrafeiras de referência: Rest. Os Arcos (Paço D'Arcos); Rest. 100 Maneiras (Cascais); Rest. Eleven (Lisboa); Rest. Saisa (Oeiras); Rest. Entráguas (Guia); Rest. Toscano ( Parede); Rest. Casa das Palmeiras (Carcavelos), bem como, na loja dos vinhos(Alcantara), entre outros.
Estamos a tentar aumentar estes "Pontos de Encontro" com o Loboseiro, pelo que qualquer sugestão será bem recebida.
Por fim, mas não menos importante, queria realçar a qualidade do Blog e o contributo de excelência que dá na promoção e divulgação de um produto que nos é especial - "O Vinho".
Para os mais curiosos poderei enviar as fichas técnicas do Loboseiro 2004 (tn) e Loboseiro 2005 (br), bastando para isso que me enviem um email para evale@vodafone.pt.
Eduardo do Valle
Porque foi em Lamego que a sua criou as Caves da Raposeira seria uma excelente forma de dar uma continuidade à historia da vossa familia.
Em Lamego hà muitos touristas na altura da nossa senhora dos rémédios et muitos estrangeiros gostam de comprar bons vinhos para levarem para o estrageiro.
Acho que mesmos os lamecenses de bom gosto iriam apreciar uma loja com vinhos de reférençia.
Mesmo se certos netos dizem o contrário...mas quem trabalhou na Raposeira sabem bem que era uma grande Senhora....
E sim os filhos continuam, agora o lobo tem que comer a RAPOSA....
Quando era pequenina adorava olhar para a marca Raposeira sobretudo no natal porque havia luzes com o pai natal....
Admiro está familia porque fez viver a minha....