Ler, ouvir música, ver uma obra de arte, beber um vinho pressupõe que os nossos sentidos estejam despertos, acordados. Não vale a pena, eu não consigo falar destes prazeres se não saltarem para dentro de mim as emoções correctas (boas ou más). É como proferir palavras não sentidas, que não são nossas. O discurso fica vazio, impessoal, meio forçado. Inócuo. Prefiro calar-me e ouvir o que os outros dizem. Admiro os críticos que conseguem falar de tudo, em qualquer altura, em qualquer momento. Vou olhar para dentro de mim, procurar alguma chama, um laivo de calor que anime a caneta. A folha ainda está em branco e o desespero é grande ao vê-la assim. É muito tempo, são muitos dias.
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estou contigo.