Mantenho-me com vinhos do enólogo Rui Cunha. Quinta de Valle Longo Reserva 2004. Um tinto do Douro em que a fruta madura aparentemente não reina. Não dita as regras. A aposta foi feita em aromas silvestres, balsâmicos e minerais. Fetos, musgo, esteva e um rasgo a frutos secos completam e terminam a demonstração. Senti uma ponta de rusticidade que fazia lembrar pedra, lagar de granito, lasca. Conferiu-lhe personalidade. Na boca, elegante, com um nível de acidez muito correcto, proporcionando saudável frescura. Frio, mas não gelado.
Essencialmente um vinho equilibrado, cordato no trato e sem necessitar de grandes técnicas, cuidados na prova. É um bom exemplo de mais um vinho do Douro que fugiu da força, do exagero. Fará boa figura na mesa e é sem dúvida uma opção para todos nós (que procuramos coisas diferentes). Falta-lhe, no entanto, um pouco mais para dar o salto, para subir na classificação (na minha é claro!). De qualquer maneira, está bem. Nota Pessoal: 15
Post Scriptum: A Quinta de Valle Longo pertence ao universo da empresa Vallegre, Vinhos do Porto. Uma quinta com 10 hectares situada junto ao Rio Douro, na foz do rio Tedo.
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