Novo Branco Dona Ermelinda 2006

Tive recentemente numa apresentação nas instalações da Produtora Ermelinda Freitas (Terras do Sado). Uma excelente ocasião para desfrutar da imensa paisagem arenosa de Fernando Pó e da vinha que está defronte desta casa sadina. Um cenário relaxante.
Uma oportunidade única para provar toda a gama de vinhos desta produtora. (alguns deles já abordados neste blog). O novo Moscatel abriu a sessão (apresenta uma excelente relação preço-qualidade). Desde que saiu para o mercado que me tornei num fã deste licoroso. O Touriga Nacional, o Alicante Bouschet, o Syrah, Quinta da Mimosa, Terras do Pó Reserva, todos de 2004, com mais ou menos variações de comportamento, apresentavam um traço comum. Quentes, raçudos, modernos, com cores profundas. A minha preferência caiu para o Alicante Bouschet. Do outro lado, um Quinta da Mimosa muito bruto, extremamente jovem. Continuo a não ter bom entendimento com este tinto. Típico vinho de prova, que impressiona, mas de difícil combinação gastronómica. O topo de gama Leo D'Honor 2003 encerrou a minha viagem pelos vinhos. Um belo tinto castelão (uma casta que assumidamente não nutro grande paixão), que ombreia com os melhores vinhos deste país. Pareceu-me mais afinado, menos exagerado que nas versões 2001 e 1999. Olhando para o meu passado enófilo, diria que esta última colheita está muito mais sensual, exótica, com mais classe e que me agradou bastante.
Bom, mas a novidade que gostaria de partilhar com vocês é o novo vinho branco (foi primeira apresentação ao público). Arinto, Fernão Pires e Chardonnay compõem o lote. Com um estágio em barrica a rondar os 2 meses. Este Dona Ermelinda br 2006 (com o mesmo nome do tn já existente) é o resultado de uma feliz combinação entre três castas muito diferentes entre si. Actuou de forma organizada e disciplinada. Fruta, lima, vegetal fresco envolviam-se de forma correcta com a madeira, que nunca se sobrepôs em demasia. O interesse deste vinho, o modo como ele se apresenta proporciona ao provador a oportunidade de tentar descobrir no copo as diferenças das castas. A frescura oferecida pelo arinto e fernão pires seguravam o vinho, equilibrando-o, evitando que ficasse pesado (do outro lado estava o chardonnay e a madeira). Boca com alguma untuosidade, crocante. Um final marcado pela amêndoa. Pessoalmente, gostei dele e combinou bem com uma cataplana de cherne servida ao almoço. Assim que ele aparecer nas prateleiras, provem-no. Depois digam qualquer coisa. Nota Pessoal [15-15,5]


Post Sriptum:
O espumante que esperava provar, ainda não está pronto. Aguardemos.

Comentários

Anónimo disse…
Porque concordo plenamente consigo na apreciação que fez ao vinho que recentemente comprei na adega e que provei ontem, fiz uma referência a este post no Amigos do Balde.
Espero que não se importe e continue com o bom trabalho.
Pingas no Copo disse…
Claro que não. Pessoalmente só tenho que agradecer.
Um abraço