Compartilho com vocês mais umas passagens sobre outros vinhos da Quinta das Marias. Dois tintos. O Colheita de 2003 e Alfrocheiro de 2004.
O primeiro é possuidor de um estilo, de um traço, característico de um vinho típico do Dão (pelo menos é o que acho). Manifestava muitos apontamentos de pinheiro, de caruma, sempre com uma envolvência balsâmica muito presente. A fruta é silvestre. Tudo por cima de uma extensa cama de fetos e restolho. Termina com grão de café, bem vivo e fresco. Numa intensidade média, equilibrada e aprumada. Na boca, o corpo possuía porte médio. A dupla taninos/acidez pediam um prato, algo para comer, para dialogar. Mastigavam-se sabores silvestres, balsâmicos. A baunilha e o tabaco encerravam a passagem pela boca. Nota Pessoal: 15
Post Scriptum 1: Foi provada a garrafa 2126 de 6600.
O Alfrocheiro de 2004 muda completamente a história. Cheio de modernidade. Atreveria-me a dizer que nada tinha que o identificasse com o Dão, com Portugal. Voluptuoso, carnudo, cheio de pecado. O perfume que brotava de dentro do copo estava marcado por sugestões mentoladas, pela fruta bem preta (espero não me ter enganado na cor), pelo chocolate preto, tudo bem embrulhado por sugestões tostadas, onde se notavam algumas aparas de estilo mais exótico. Viciante, muito insinuante. Roçando, em certos momentos, a depravação. Na boca, todo ele parecia-me muito limado, quase sem arestas. O doce da casta, bem presente, marcava a permonce do vinho. Acima de tudo, um vinho muito guloso, que sabe bem, muito bem. Nota Pessoal: 16Post Scriptum 1: Foi provada a garrafa 2126 de 6600.
Post Scriptum 2: Provei a garrafa 22 de 1480 exemplares que foram lançados para o mercado.
Comentários
ESTÁ DE PARABÉNS ESTE PRODUTOR, QUE PARA ALÉM DOS TAMBÉM MUÍSSIMO BEM CONSEGUIDOS ENCRUZADOS,FAZ UM TOURIGA NACIONAL DE SE LHE TIARAR O CHAPÉU.
BLACKO
Vinhos com enorme potencial.