Um 100% encruzado que fermentou em barricas (francesas). Um branco de aspecto límpido, cristalino, muito brilhante. Notas de erva molhada, hortelã, urtigas e uma leve suspeita de mineral compuseram o primeiro acto: revelação. Ao longo dos restantes actos foi possível descortinar odores a fruta tropical, de cariz sensual e voluptuoso, que se envolveram com a lima, com o limão. Sempre num registo fresco, muito jovem. Não tardaria que nuances florais marcassem presença. Tília, flor de laranjeira e mimosa misturavam-se de tal maneira que proporcionavam uma sensação muito relaxante. E a madeira? Sorrateiramente foi aparecendo com o aquecimento do vinho. Baunilha, leve coco, alguns frutos secos ficaram com a responsabilidade do último acto: epílogo.
Na boca revelou ter arcaboiço. A acidez pareceu-me colocada de forma correcta, mantendo a frescura do vinho no registo pretendido e proporcionando, ao mesmo tempo, uma agradável irreverência. Crocante, untuoso, longo. Um branco do moderno Dão, com alma, que não renega, não esquece, a terra que lhe deu origem. Gostei francamente. Acompanhou um coelho grelhado nas brasas. Está ainda jovem e lá para o Outono acredito que revelará algo mais. Nota Pessoal: 16,5
Post Scriptum: Foi provada a garrafa número 5. Foram lançadas 1200 para o mercado.
Comentários
Venha ele. É pena serem só 1200...
Pessoalmente não me importava de ter umas quantas na minha garrafeira.