Existem vinhos que, por uma razão ou por outra, caminham longe das luzes da fama. Encontram-se esquecidos, Sentam-se nos lugares mais escondidos (tal como os alunos tímidos). Quase ninguém olha para eles. Quem são? O que são? De onde vêm?. São perguntas que facilmente poderão surgir. Como tornear a questão? Arriscar, não ter medo de provar um vinho menos famoso. As surpresas podem ser boas e poderão alargar, mais um pouco, o (nosso) conhecimento enófilo. Casa Aranda, um vinho do Dão, é provavelmente um nome que ainda não aparece nas primeiras opções dos consumidores. Peguei no branco, num encruzado de 2005 e, desta vez, olhei para ele com mais atenção. Dei-lhe a oportunidade para falar livremente, sem qualquer constrangimento, sem qualquer limitação. Da minha parte assumi, apenas, a postura: deslumbra-me.
Aromas, iniciais, austeros. Bem composto na boca. Surpreendeu-me pela lentidão que foi abrindo. Nada de pressas. Dava a entender que queria ser tratado, que gostaria de ser tratado como se fosse um tinto (comentário cheio de preconceito). Iniciou com cheiros petrolados (que se mantiveram mesmo no outro dia), que se envolveram com impositivos aromas minerais. A fruta, madura, dava a sensação que estava molhada pela humidade da manhã. Sedosa, perfumada. Tive um pequeno regresso ao passado e lembrei-me da macieira de bravo de esmolfe que se encontrava precisamente no meio do quintal. Enorme que ela era. A evolução (do vinho), tal como um entardecer, transmitia cores amareladas. Feno, amêndoas, avelãs (quem teve o privilégio de as comer nas árvores? Tão simples). A vivacidade mantinha-se. A frescura mantinha-se. O prazer continuava. A surpresa era muita. Comparando com a vida, pensei bastas vezes: Quantos andam por aí e não têm a oportunidade de ser conhecidos, de mostrar o que sabem fazer. Neste caso, não custou muito. Apenas 4,99€. Estava lá atrás, meio tapado, numa prateleira de um hipermercado. Nota Pessoal: 16
Aromas, iniciais, austeros. Bem composto na boca. Surpreendeu-me pela lentidão que foi abrindo. Nada de pressas. Dava a entender que queria ser tratado, que gostaria de ser tratado como se fosse um tinto (comentário cheio de preconceito). Iniciou com cheiros petrolados (que se mantiveram mesmo no outro dia), que se envolveram com impositivos aromas minerais. A fruta, madura, dava a sensação que estava molhada pela humidade da manhã. Sedosa, perfumada. Tive um pequeno regresso ao passado e lembrei-me da macieira de bravo de esmolfe que se encontrava precisamente no meio do quintal. Enorme que ela era. A evolução (do vinho), tal como um entardecer, transmitia cores amareladas. Feno, amêndoas, avelãs (quem teve o privilégio de as comer nas árvores? Tão simples). A vivacidade mantinha-se. A frescura mantinha-se. O prazer continuava. A surpresa era muita. Comparando com a vida, pensei bastas vezes: Quantos andam por aí e não têm a oportunidade de ser conhecidos, de mostrar o que sabem fazer. Neste caso, não custou muito. Apenas 4,99€. Estava lá atrás, meio tapado, numa prateleira de um hipermercado. Nota Pessoal: 16
Comentários
E essas ameijoas?
Um abração