Quinta de São Sebastião II

Poderá ser vergonha mas, aqui entre nós, nunca tinha provado (acabou por ser bebido) o Lima Mayer (2004). Razões? Sinceramente não sei. Muitas marcas, confusão na escolha, falta de referências (apesar de conhecer bem o enólogo). As possibilidades serão certamente inúmeras e todas elas possuem um grau de razoabilidade grande (para mim). Não valerá a pena repetir, portanto, argumentos sobre a catadupa de marcas que vão surgindo no mercado. Bom, mas falemos do vinho.
Chocolate amargo misturado com café em grão eram os odores que sentia, em primeiro lugar. A fruta, que foi surgindo, apesar de madura parecia-me fresca e saborosa. Suculenta será, provavelmente, o adjectivo mais adequado. Impressões a cedro, a mato húmido (os aromas da floresta marcaram presença forte), transmitiam um carácter diferente, longe dos tradicionais vinhos alentejanos quentes e madurões (que me perdoem aqueles que gostam do género). Com a natural evolução temporal, foi caindo em gostosas notas de baunilha e tabaco.
Senti classe, equilíbrio, alguma delicadeza. Dava-me a leve sensação que, de vez em quando, o nível de complexidade atingia patamares interessantes.
Passemos ao paladar. De uma forma geral, notei correspondência entre os cheiros e sabores. Havia consonância. Chocolate amargo, silvestre, balsâmico. O final, apesar de mediano, era fresco.
Resumindo, um tinto que já merecia ter sido provado por mim (que soberba da minha parte). Gostei francamente e voltaria a bebe-lo sem qualquer constrangimento. Nota Pessoal: 16

Post Scriptum: Também este nasceu na Quinta de São Sebastião (Monforte).

Comentários

Caro Rui

Fica a faltar o Rosé, e uma surpresa que o Tomaz Lima Mayer vai lançar mas ainda não está disponivel.

Um abc

Zé Tomaz

P.S - Tomei a liberdade de enviar cópia da nota de prova para o produtor que é um bom amigo meu.
Pingas no Copo disse…
Caro Zé Tomaz, por acaso tenho pena de não ter provado o Rosé. Fica para a próxima.

Um abração