VINHOS BRANCOS
Estranhei ao verificar que os únicos brancos de excelência vinham do mesmo local. Terá a região dos Verdes mudado tanto a sua face? Olhando para as notas que obtiveram, encontramos certamente vinhos de outras regiões com igual pontuação ou superior.
DOURO
Algumas das escolhas começam a bocejar. Não pela falta de qualidade que apresentam, mas pela sistemática presença no pódio. Começa a ser tudo muito previsível. Que tal começar a limitar mandatos?
Nada óbvio, para mim, foi a nomeação do Auru 2001 e Vértice Grande Reserva 2003. Bem longe das minhas apostas.
Reserva Pessoal Domingos Alves de Sousa Tinto 2003 recebeu um forte aplauso da minha parte.
Surpreendido por não ver o Reserva Especial da Ferreirinha 1997 no lote da Excelência. Um vinho que diz muito.
DÃO
Olhando para um dos escolhidos, pareceu-me que pairou no ar sensação de injustiça. Vieram à cabeça (alguns) nomes que mereciam estar no pódio: Quinta dos Roques Touriga Nacional 2005, Quinta das Marias Touriga Nacional 2005, Quinta da Vegia Reserva 2005, Quinta da Pellada 2005, Conde de Santar Tinto 2005.
BAIRRADA/BEIRAS
Não tenho muito acrescentar. Quinta do Ribeirinho Pé Franco 2005 continua a ser aquele vinho que ninguém o viu ou bebeu. Ao obter 18 valores a sua nomeação está mais que justificada. Quinta de Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2005 tem a minha concordância. Mas o Calda Bordaleza 2005 de Campolargo podia ter enriquecido a trupe.
ESTREMADURA
A Quinta de Monte D’Oiro domina a seu belo prazer. Mas não ficava chocado se tivesse tido a companhia do Quinta de Chocapalha Reserva Tinto 2005.
TERRAS DO SADO
S de Soberanas não será certamente uma escolha pessoal. Poderei estar errado, mas é um vinho que pouco diz. Um estilo universal. Pode ser de qualquer lado.
ALENTEJO
Continuo a não achar graça ao Vale do Ancho. Maduro, cheio de fruta.
O Topo de Gama do Enólogo Paulo Laureano é um excelente vinho. Nível de complexidade muito alto. Fiquei rendido.
O resto aceito pacificamente.
GENEROSOS
Tudo menos o Excellent (provado muito recentemente e estava pela rua da amargura).
Estranhei a ausência de Moscatéis e de Vinhos do Porto (falo dos Vintages).
Como diz o Rui do Vinho a Copo: "Para o ano, se a RV quiser, há mais".
Post Scriptum: Para fazer este texto folheei o Guia de Compras da Revista de Vinhos 2008.
Comentários
Comeco por dizer que nao sou adepto desta faceta do mundo "moderno" dos vinhos - a da competicao. No entanto, tambem eu leitor e devedor de conhecimento á RV, fiquei surpreendido com estas escolhas (tipo wine spectator). Como dizes, o caso dos vinhos brancos é surpreendente.....sem falar em nomes, o Dao, a Bairrada e a Estremadura foram esquecidas!!! Why????
Passando o Douro, fiquei tambem surpreendido com a pobreza do Dao e da Bairrada. O S de Soberanas, é como dizes uma questao de gosto ou de....
E no Alentejo, a meu ver, faltam os dois melhores vinhos de 2007 - Rotulo Dourado e o JB.
Mas o meu espanto vai inteirinho para o Auru 2001. Se o critério de escolha consagra os vinhos provados em 2007....nao percebo porque é que so este vinho de 2001 foi , aparentemente, provado e consagrado. Alias o critério deveria ser o dos vinhos lancados em 2007 e nao os provados....Senao, para bem do conceito, a cada ano tem de se provar as colheitas anteriores de modo a ter um lote mais abrangente. Faria mais sentido ter um prémio para vinhos "velhos" com base na prova que a RV faz anualmente dos mesmos (com 10anos de idade parece-me). Em que é que o Auru 2001, em 2007, foi superior ao Vale Meao ou ao Pintas ou ao Batuta....Houve alguma prova "oficial" a distingui-lo?
Como disse o critério deveria ser o dos vinhos lancados e provados em 2007... Senao é caso para dizer "entao o Mouchao de 1985, nao entra"??!!!????
Abraco
Pedro Guimaraes
p.s. - os acentos, é por causa do já habitual.....
apesar da previsibilidade do pódio até ao ano 2020, tenho que discordar da ideia da limitação de mandatos. Se não, perde-se o conceito por detrás dos prémios. Os distinguidos passavam a ser segundas escolhas porque aquele e o outro já não podiam ganhar nesse ano. Acho que era o descrédito total, e a emenda pior que o soneto.
Sou mais adepto da ideia do número mínimo de garrafas produzidas pq senão os produtores começam fazer apenas um barril de propósito para os prémios excelência (como por exemplo, o Qt. Ribeirinho - qts garrafas são? chega ao milhar?)
No mais, quem tem unhas é que toca viola. Mesmo que sejam sempre os mesmos a tocar.
Um abraço,
RC
p.s. e mais, se as segundas escolhas passassem a ser os distinguidos, já viste o que provavas no jantar? Se em relação a estes a "nossa" crítica já é o que é ...:)
Com excepção do Excellent, concordo com as opiniões colocadas pelo pingus.
Abraço,
Mas ao vermos sistematicamente os mesmos nomes, torna-se tudo muito previsível. A "coisa" fica um pouco aborrecida.
Mas longe de mim querer beber as 2ª ou 3ªescolhas. Seria o descalabro.
Agora concordo quando falas no número limite de garrafas. Pelo menos que dê para vê-los nas prateleiras. :)
Pumadas, pelos vistos discordamos sobre o Excellent. Ainda me lembro da última vez que o bebi (juntamente com o Pedro Brandão e outros tantos compinchas). A experiência não foi nada agradável. Mas acredito que possa ter sido problema de garrafa.
Abraços para os dois.
Abraço
Diga-se de passagem que o vinho é genial.
Também num jantar memorável provei o Excellent juntamente com outros moscatéis e digo-vos que nenhum dos presentes fico apaixonado por ele. Muito longe disso.
O ficava na memória era o excesso de doce, de marmelada, de gila.
Provavelmente terá sido mal interpretado.
Chamem-lhe estilo diferente ou o que quiserem..agora vinho genial? Bom,...ok!
Fisopraxis